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julho 01, 2010

Quero sentir tua ameaça de perto.

- Chato!
- É? Você vai ver só, dá próxima vez em que me chamar de chato!
- Chato! Você está chato, pai!
- Por que chato? O que eu te fiz?
- Sempre dirigi-se à minha pessoa para atacar-me com palavras, consequentemente, ferindo-me.
- Te ferindo? Como assim? O que eu disse a você que lhe feriu?
- Tudo. Tua forma de agir, gesticular, e mais, a inadequação que tens para expressar-se através de palavras. Faz-me sangrar.
- Eu... Não entendo.
- Não é para entender, pai. É para escutar, fragmentar, sentir e modificar. Quer falar comigo a respeito de quaquer coisa que seja? Tente não mais faltar com educação, e saiba corretamente destilar suas intenções.
- Eu te amo, minha filha! Eu te (...).
- E eu tenho sono, pai. Apague a luz, feche a porta e dê-me licença. Agradecida.
- Estou falando contigo, não trate-me desta forma!
- A-G-R-A-D-E-C-I-D-A!

Às vezes acho que sigo demais meus instintos desconfigurados, e acabo atacando as pessoas de forma indevida. Sendo assim, eu, a fatiadora de corações da estória. Talvez eu o tenha puxado. E por sermos tão parecidos, nos confrontamos tanto. Não peço-lhe desculpas, perdão nem hey de tetar redimir-me. Só quero que saibas que, da minha maneira, eu o amo. E nunca duvides disto. O amo imensuravelmente, pai.

Goblinwand.

Ah, são coisas da vida - e a gente não sabe se vai ou se fica.

Saímos ontem à noite,
o tempo encontrava-se bastante adequado para profanações.

Algumas muitas garrafas de bebidas,
e eu pouco ligava para as adequações.

Meu pai disse-me: - Filha não volte tarde!
E eu, displicentemente o respondi: - Desencane, velho. Voltarei assim que me der vontade.

Não mais tenho ligado para o que pensam, digam ou vejam.
Não mesmo.

Oh, boa garota!
Sempre retroagindo, feito um caranguejo.

Creio que comigo, a mamãe tenha perdido a paciência,
aliás, sei que para ela, há tempos assassinaram minha inocência.

Não mais tenho ligado para o que pensam digam ou vejam,
sou diferente deles - sorriso no rosto, saltitando e espalhando beijos.

Meu pai disse-me: - Filha, minha querida, tome juízo!
E eu, atropeladamente o retruquei: - Desencane, velho. To indo viver, e caso eu morra, mando aviso.

Chegamos hoje de manhãzinha,
o tempo encontrava-se frio.

Andando passo-a-passo até meu quarto,
satisfeita da vida e nos lábios aquele pleno sorriso.


Goblinwand.

Lamento.

Adoro reclamar. Desde sempre sinto-me acolhida pelas infinitas insatisfações que tenho a proferir - sempre.
Ontem mesmo, saí com dois amigos - Carlos e Pedro, que por sinal, são inteiramente de minha confiança. Demos uma volta, sentamos em qualquer boteco desta cidade nojenta, fétida e imunda e para variar, "enchemos a cara", conversamos a respeito de tudo, e consegui até mesmo dar boas gargalhadas. Coisa que, pouquíssimas pessoas conseguem proporcionar-me.

Pois bem, mas o foco do negócio são as reclamações, certo? Desde a hora em que sentamos até nos levantarmos e caminharmos até o carro e seguirmos viagem, reclamei. O tempo todo. "Meus pais estão me enchendo, meu namorado tá me cobrando atenção, diariamente brigo com minha irmã, minhas notas na faculdade foram baixíssimas, meus amigos voaram, e eu preciso urgentemente um carro, grana e entorpecentes". Tudo bem que, motivos meus pais tem para estaram torrando-me a paciência. Deveras minha vida anda meio desrregulada. Como dizia minha mãe: "Sempre fui boa filha, nunca respondi meus pais, nunca me rebelei com nada, nunca bradei diante de nenhuma situação. Eu podia ter sido diferente". E como, mamãe, eu não sou um protótipo perfeito de ti, saí totalmente ao contrário, não é mesmo? Creio que apenas na infância, por partes, eu tenha sido uma boa filha filha, embora eu a tenha respondido algumas várias vezes, e quanto a bradar, sempre necessitei - é palpitação, é sentir-se viva; não por ser rebelde, mas por "meu único prazer é não ter medo de fazer o que gosto", e eu realmente nisso eu sinceramente aposto. A respeito do namorado, eu realmente acho que cansei-me das privações impostas por ele: "Isso não é assim", "tá incorreto", "faça de novo", "aprenda comigo, eu tenho a razão!", "não, você não sairá com eles esta noite, aliás, é nosso aniversário de um ano de namoro, esqueceu-se?", e como diria meu pai: "namoro de um ano, minha filha, eu passo é no cu!", e agora rebato-lhe, querido: "sabe aquele bacaca, paizinho? pois então, eu o passei no cu, por você!".

Eu estou feliz, na medida do possível eu estou feliz. Tudo bem que a vida tem lá seus propósitos de arrastar-me no chão, mas tudo bem, creio que isso faça parte da brincadeira, não é mesmo? Daqui pra frente, agora, vou tentar focar mais no "meu bem querer". Se quero, desejo ou almejo algo? O farei e hey de conseguir. Sempre. Mesmo que para isso eu tenha que atropelar algo ou alguém. Me cansei de privar-me de vontades incessates que muitas vezes atormentaram-me, e por receio de ferir o próximo, não o fiz. Chega disso. Pode ser que isso seja denominado como "power-ego", mas ao menos assim sinto-me satisfeita. Aliás, desta forma sentirei-me plena, contente e desfrutando eternamente "meu bem querer".


Goblinwand.

Está tudo bem, tudo bem, tudo bem.

Embora eu esteja sentindo-me extremamente cética quanto a algumas questões, as coisas até que estam caminhando como se previa. Tudo bem que só sei reclamar, nunca ajo e sou coberta por insatisfações, e basta, não é mesmo? Meu tempo já se esgotou, minha maturidade conseguiu equilibrar-se no trapézio e minha impaciência, muitas vezes, é relevada.
Me canso facilmente das pessoas, não sei ao certo, mas a convivência com as mesma sempre acaba desgastando-me. Muita afetividade, extroversão, carisma demasiado e exatidão para com as coisas, "funfa". "Fulana disse que disse, que beltrano falou, que cicrano retrucou". Ai, que nojo. Isso me causa náuseas.
Por que diabos você SEMPRE tem de intrometer-se em análises alheias? Por que cargas d'água a respeito de tudo, antes mesmo de lhe pergutarem você se sente no direito de opinar, e mais, SEMPRE achar que está a par de determinado assunto e SEMPRE tentanto levar consigo a razão? Ai, colega, isso gela a amizade, certo?

Ok, prometi. Sem mais reclamações, palpitações ou insatisfações. Tentarei seguir a correnteza, e a deixarei-me levar para onde quer que ela vá. É isso aí. Nada de "pensamentos positivos" ou "boas vibrações" ou "tudo dará certo", nada disso. Só espero que eu me torne, daqui para frente, uma pessoa mais paciente com o próximo, mais acolhedora e satisfeita com as coisas boas, que raramente ocorrem mas que a vida acaba proporcionando-me às vezes.


Goblinwand.