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maio 22, 2011

Coração selvagem.

Tem sido tão notório tanto a meu ver quanto aos olhos alheios a necessidade súbtida e cada vez mais necessária que possuo de estar junto de ti, que acabo perdendo-me. Não como antes, quando eu perdia em mim mesma mas perdendo-me em ti. Digo, achando-me, não é mesmo? Vem mais a calhar. Encontrei-me finalmente. Encontrei-me em ti, em teus acolhedores braços que por vezes, chegam até mesmo a deixar-me extasiada, e em teu olhar acalentador, e em tuas doces e brandas palavras ditas tão intensamente com tamanho fervor - arrebatando-me e me poupando do ar e mais, de seu cheiro, seu toque, tua boca, tua risada gostosa e ensurdecedora, teus apelos, tua atenção unívoca dedicada a mim, e... E não quero, não posso e sequer permito-me privar disso. Quero sentir, apalpar, tocar e vivenciar tudo isso mais e mais e mais. Quero que me possuas inteiramente, que faças de mim o que bem entenderes; pois, por mais difícil que seja assumir - já não somos mais você e eu - agora somos nós, um só corpo, uma só alma, um só sentimento (mas tudo, tudo em total demasia), e quando colocastes teus sentimentos à prova e o âmago de teu coração em minhas mãos e pediu que dele eu cuidasse, prometi a mim mesma que faria muito mais que isso, porque agora ele não mais pertenceria somente a você mas a mim também.


"Meu bem, talvez você possa compreender a minha solidão
O meu som, e a minha fúria e essa pressa de viver
E esse jeito de deixar sempre de lado a certeza
E arriscar tudo de novo com paixão
Andar caminho errado pela simples alegria de ser
Meu bem, vem viver comigo, vem correr perigo , vem morrer comigo."


Gobliwnand.

Realizo os teus desejos, meu gigolô sem culpas.

Trêmula - é o estado que definia-me diante de ti, naquele instante, defronte a teu olhar impetuoso, fullgás e devorador. Era exatamente o que eu queria, naquela ocasião desferir a você - palavras: "Venha, não tenha piedade, com tua fugacidade quero que devore-me inteiramente". Poder, podia, dever também deveria tê-lo feito, mas privei-me; assim como até hoje o faço, não é mesmo? Quando no ápice de nossos tremores nos encontramos, torno-me arredia e recuo. Não sei ao certo porque o faço, não o deveria mas o torno. Coisa patética, turva e estupida, não? Privar-me de meu real desejo, (in)sanidade e anseio por conta de receios, bravuras e tormentos passados inalterados. Pois que eu o altere, modifique, reorganize e desbrave fervorosamente tudo aquilo que por horas vem a aflingir-me. Que suma, que esvaie-se entre meus dedos e vire pó.
Tu me queres, eu o quero! E sem mais lampejos, que nos tenhamos! Não sei ao certo o rumo em que minha vida está seguindo e nem pretendo sabê-lo. Quase sempre para não dizer com total constância traço planos e cogito possibilidades futuras que jamais tornam-se possíveis - vivendo eu, desta forma como um poço platonístico, apenas idealizando. Sendo assim, não mais o farei. Apenas vivenciarei o que estás sendo entregue a mim: o amor, o desejo, a luxúria, a intrepidez, o carinho, o respeito, a adimiração, a complacência e a vivacidade entre dois seres imundos e destemidos que com total condescencência, satisfação e um prazer vagaroso, ronceiro e moroso degustam calorosamente destes.

Eu o amo. Amo teu andado pousado, sereno e pendendo o ombro à direita quando caminhas em minha direção. Amo teus sentidos desconexos e vivos quando calorosamente toca-me. Amo teu jeito desvairado ao beijar-me tão loucamente e por vezes tirando-me do sério quando peço para que solte-me, e displicentemente você apenas sorri e continua fazendo-o sem acatar ao meu pedido, e eu então cedo-o. Amo teus pés límpidos e quentes que quando unidos aos meus gélidos fazendo com que estes aqueçam-se a uma só temperatura; algo sensacional que quase nos derrete aproximando-se dos 23º. Amo quando encontra-se estirado em meus braços, conexo a eles, entregue totalmente a mim, com vivacidade mas denso, calmo, acalentado. Amo no tempo em que beija-me vagarosamente, eu possa sentir os tremores, vibrações, oscilações, agitação e sons internos que produzimos unidos. Não há precedentes, é singular, extravagante, excepcional e totalmente piegas - mas é tão intenso e caloroso e único, que apenas satisfaço-me com tamanho sentimento.


Goblinwand.