Total de visualizações de página

agosto 05, 2011

"Ainda sinto por dentro toda dor dessa ferida,

mas o pior é pensar que isso um dia vai cicatrizar".

Foram tantas as ocorrências abaláveis que atacaram-me ultimamente, que mal tenho encontrado espaço e tempo disponíveis para permanecer sequer por algumas horas só. Pois sendo desta forma, obviamente eu desmoronaria. Então, para que eu não me pegue pensando frequentemente em ti, acordo pela manhã, procuro algum afazer, corro alguns quilômetros, invoco qualquer ser a fazer-me companhia num café ou até mesmo, procuro desvirtuar-me e ressonar por horas à base de drogas lícitas.

Nunca havia sequer, cogitado a possibilidade de perdê-lo. Pois conforme havíamos planejado - para todo sempre - embora o mesmo não exista, pertenceria a nós. E a ele, - para todo sempre - seríamos devotos. E o que nos ocorreu? Saídas de emergência, válvulas de escape e fugas alucinantes - e é assim, exatamente desta forma a qual nos deparamos agora: ilimitados.

Não sei como pûde permanecer tão cega, de olhos vendados e estática por tanto tempo. Só acatando a tudo o que me fora imposto: "- Sim, senhor! - Não, senhor!".
E como eu havia prometido a mim mesma, há tempos atrás, que não viria jamais a ser soldado de chumbo seja de quem fosse, tornei-me o que? Uma serva assídua de um ser totalmente susceptível e melindroso. E o que ganhei em troca? Desconfianças, embora eu jamais tenha dado a ele sequer uma causa fundamentada para tal, suposições, hipóteses de traições e [...] Bem, é como eu sempre digo, e nesse ponto que sempre firmo e volto: Muito dou a quem pouco deseja receber. Só que, nesta situação, ocorreu talvez o inverso (ou não). Acho que eu deveras não estava predisposta, habilitada a encarar algo tão intenso e puro quanto o sentimento dotado de ímpeto, fervor, grande desejo e tamanha devoção ardente que sempre depositastes em mim. Talvez eu realmente não tenha possuído prudência, astúcia e conhecimento ao amar-te.

Bem, mas de uma coisa sei: estive ali, presente todo o tempo que precisastes de mim. Só não soubemos ser mútuos um para com o outro. Pressão, é algo que eu realmente não sei como lidar, e por vezes, por incontinência, eu proferia: "não sei muito bem como lidar com esta", quando na verdade, minha real intenção era de esbravejar: NÃO SEI, NUNCA SOUBE E NÃO ADAPTAR-ME-EI A ISTO! Mas o que fiz? Assim como todo o tempo que permanecemos lado-a-lado?! Abdiquei de desejos e vontades minhas, para modo de suprir-lhe. E o que recebi em troca? Desonra, maus-dizeres, insatisfação, conflitos, inseguranças, e um buraco cravado em meu peito que faz questão de não resguardar-se e exibir a todos minha dor, que eternamente permanecerá em exposição.


Goblinwand.