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junho 14, 2011

[...] desalento, solidão.

O real problema é:
não consigo compreender o que se passa na mente complexa das pessoas.

Às vezes, por tempos chego até a cogitar a possibilidade, 
de que de ti estou a cobrar demais.

Tudo, tudo em demasia - afeto, compreensão, carinho e atenção.
Mas como eu disse: "por tempos". Tempo este, bastante este bastante escasso, somítico, diminuto.
Sabes por que? Porque em uma relação, onde duas pessoas - assim como nós, 
Nos encontramos tão perdidamente apaixonadas, entregues e dominadas por tamanho sentimento - esquivarmo-nos.
Isso é pecado, errôneo e vicioso - não é permicível que nos encontremos assim, não nós.

Eu te amo e tu me amas. E qual o problema, a disfunção nisso tudo?
As coisas são tão simples de serem enxergadas e a criatura humana as torna tão complicadas.

Enoja-me por vezes. Embora no restante das mesmas, eu a ame - perdidamente.
Enojo-te - enojo-me.
Enojo-te por esquivar-se de mim, de nós, de tudo que juntas criamos, construimos, edificamos.
Enojo-me por de maneira tão sutil, ao passo que avassaladora também eu a cobice - fervorozamente.

Deixastes-me de lado, exclusa, omissa, privada e não deixando-me ser parte de ti.
Veio até mim, provocou-me com teu desejo e logo após renunciou-se de teu ato.
E eu, como encontro-me agora?
Em cacos mínimos, em destroços, em um poço de lamúria e tormento que, 
Por vezes chego a pensar não mais ter fim.

Eu não durmo. A insônia tem atacado-me dia-a-dia.
Tenho alimentado somente da desesperança durante das madrugadas. O desalento, a solidão.
Um cigarro atrás do outro - embriago-me nos tragos da escuridão.
Goles de alguma bebida forte que mantenha-me protegida, acalentada e recolhida.

Mas isso, isso não é permanente. É momentâneo.
E quando já é de manhã, deparo-me com meu rosto no espelho, 
As olheiras das noites passadas mal dormidas,
O abatimento, o desespero contido em berros intransparente em meu olhar, 
E meu corpo combalido, debilitado, esmorrecido pela falta de nutriente.
Pois sequer fome tenho sentido - fico apenas a ingerir teu desprezo, tua displicência, 
Que cada vez mais tem arrebatado-me a alma - a vida.

Vida esta que não mais está seguindo seu propósito: de viver, 
E apenas fazendo com que eu simplesmente exista.



Goblinwand.