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novembro 16, 2010

Ps - Pr - Fu.

Está bem tarde, eu deveria estar repousando pelo fato de amanhã bem cedo eu ter de acordar para estudar, e preferiria não possuir tanta necessidade de expor-me da forma a qual o faço. Sempre fui muito retraída quanto a tudo, totalmente coberta de pudor, embora as pessoas me julgassem de forma duma forma totalmente diferente. Vai ver o "q" está realmente nisso, não é mesmo? Nunca tive uma melhor amiga, não possuia e continuo não tendo liberdade para expressar-me diante de meus pais, não tive o prazer de apaixonar-me perdidamente por ninguém, sequer fui rodeada de amigos assim como todo ser "normal", mesmo que os tais amigos simplesmente fosse coadjuvantes, e também jamais me abri com alguém, jamais. Me abrir no sentido de por exemplo: ter pesadelos à noite e poder fazer uma ligação em plena madrugada a um amigo ou qualquer indivíduo que possa apenas escutar-me, e ao final de todo acolhimento desejar-me um simples "boa noite, durma bem", ou quem sabe quando não tão bem eu me encontrar ter a quem desabafar, ou simplesmente contar alguma besta novidade e poder somente através do olhar sentir a motivação a qual está me sendo passada ou quem sabe um alguém a quem eu possa confiar e que vá colocar-me no colo quando de abrigo, aconhego e um afago eu precisar, e há de dizer: "conte sempre comigo, estarei aqui". Jamais os tive.
Nas aulas de Ed.Física eu sempre ficava em último plano, escolhas de grupo para fazerem trabalhos, companhias para circulare pelo colégio, ou simplesmente um colega mais próprimo de classe, jamais os tive. Cresci assim, desenvolvi-me assim e hoje sou o mármore escupido e talhado a mãos gélidas - é nisso que tornei-me: um mármore, uma pedra e totalmente fria. Sinto por isso, e muito. Não me culpo, nem a meus pais, nem aos coleguinhas de classe nem a ninguém. Só me vejo meio impotente de ainda não saber lidar com toda essa situação, a infância tenebrosa, a adolescência com algumas doses de timidez excessiva e esquivações constantes e meu início de fase adulta que temo ser complexo de lidar, mas não mais mórbido; assim como tudo o que de perto presenciei e pûde apalpar constantemente.
Sinto medo às vezes. Não sei ao certo de que. Talvez do que posso vir a ser, ou caso já seja definido ou quem sabe algo que vivencio mas não posso tocar, apenas sinto. São como sensações: o vento, amores, nostalgias, platônicos, desencantos, mentiras e finais felizes; apenas os sentimos. Estou a preparar-me para uma batalha que travei contra mim mesma. Não direta e nem indiretamente, mas que simplesmente possuiu ânimo para surgir. Está sendo doído a fase de transição, desesperanças, confrontos, debates, argumentos insólitos e solidões amargas que fico a degustar só, durante as madrugadas regadas saudades que somente trouxeram-me estragos.


Goblinwand.

Nem tudo o que falei eu sou capaz.

É deveras sincero quando a mim mesma confesso não estar bem. Estar morrendo, sangrando e implorando internamente, berrando miseraelmente, clamando fervorozamente por atenção e meus gritos serem abafados por meus próprios medos. Não me sinto mais confusa. Agora tenho pés no chão, creio que eu realmente tenha encontrado-me. Perdida, vagando pelo universo de ficção ainda, mas focada em meus objetivos, mesmo que estes não se façam tão presentes assim. Gosto de estar comigo, de me auto-analisar passo-a-passo, marcar coordenas simétricas e vencer desafios que por mim já não mais era cogitado a hitótese de se realizar.


[...]


Goblinwand.