tag:blogger.com,1999:blog-22838461720501909382024-02-08T11:10:43.655-08:00-Eu sei bem o que está para além do meu sono refúgio:o pesadelo que construiu o meu próprio mundo para escapar.Marcella Whisperhttp://www.blogger.com/profile/15032050750730333474noreply@blogger.comBlogger267125tag:blogger.com,1999:blog-2283846172050190938.post-59108503753381199492015-07-21T14:26:00.000-07:002015-07-21T14:26:15.940-07:00Lirismo da contramão.Meu trago é minha solidão<br />
Minha solução<br />
Para amenizar esta mente insana<br />
Que não tem conserto, não<br />
<br />
Entre um gole e outro<br />
Acrescento mais duas doses<br />
Ninguém há de concordar<br />
O quão nós somos velozes<br />
<br />
Guiando o carro noite adentro<br />
Desconsertados, clamemos<br />
Pelo lirismo nada estagnado<br />
Eu quero calar meu surto<br />
Em qualquer boteco sujo e apertado<br />
<br />
Falar-te-ei este noite, meu caro<br />
Toda a leveza que meu ser não comporta ser<br />
Falar-te-ei de minhas loucuras<br />
E brindemos ao surto psocodélico<br />
Pelas ruas, nestas desordenadas curvas<br />
<br />
O caminho é infnito<br />
E a noite gela nosso espírito<br />
Trazendo um abrigo jamais visto<br />
Em outro gole da mesma dose<br />
Nós sentimos a vida num único e intenso suspiro.<br />
<br />
<br />
<i>Goblinwand.</i>Marcella Whisperhttp://www.blogger.com/profile/15032050750730333474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2283846172050190938.post-42157589351618366722015-05-26T07:38:00.000-07:002015-05-26T08:47:04.038-07:00Mãos que consertam.<div style="text-align: justify;">
Uns estendem a mão para receber a aliança, outros se desdobram com fervor para atracarem o buquê de flores, outros se debulham em lágrimas pelas emoções ao se depararem com demonstrações de afeto em público, e eu, ora, eu jamais me esquecerei das tuas doces, afetuosas e brandas palavras quando pediu que eu erguesse o pé direito até a cadeira para amarrar a tornozeleira que era meu presente da noite.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Dentre todas os diálogos, madrugadas a fio ao telefone, infinitas conversas, risadas desajustadas, gargalhadas escandalosas e sonhos tão lúcidos quanto a visão plena que estou tendo de tudo agora, a efervescência maior que tocou-me a fundo foi de tuas mãos sobre as minhas, me dizendo: "Olha só, embora eu tenha dito que você deveria comigo pegar teu presente, somente no caso de na semana que vem vir a passar meu aniversário comigo, aqui está ele. Eu o trouxe, pois independente de você estar junto de mim ou não nesta data, não diminuirá em nada o sentimento que tenho por você. Portanto, eu o darei a você por tudo até aqui vivido e pelas 137 horas que faremos esse dia durar". Pude, então, naquele instante cintilar-me por dentro de tamanho contentamento. Então, eu a beijei.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pessoas chegam, outras se vão, algumas fazem moradia e procuram permanecer, entretanto, outras que partiram, às vezes retornam. Retornam e nos renascem. Florescem. Remanejam. Recriam e nos levitam o ser de forma indescritível, formidável e extraordinária. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um sentimento tão arrebatador e concomitantemente dotado de leveza estremeceu-me o ser quando, então, pude constatar a imensidão do espectro e sensações que tudo até então fora vivido e vivenciado vinha me causando e ainda vem arrebatando-me a alma. Entrego-me a essa leveza plena que nutre meu ser dia a dia, hora a hora, e a cada segundo de minha existência que profundamente espiro o ar levando-o até meus pulmões.</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Obrigada por existires, por renasceres e por retornares. Obrigada por simplesmente conseguir dialogar comigo através da nossa pacífica e transcendente troca de olhares.<br />
<br />
<br />
<i>Goblinwand.</i></div>
</div>
</div>
Marcella Whisperhttp://www.blogger.com/profile/15032050750730333474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2283846172050190938.post-36812814641145228582015-05-17T20:46:00.000-07:002015-05-17T20:46:04.467-07:00Sete vidas.<div style="text-align: justify;">
Foram tempos tão cruéis e consternados, que sequer me dava conta da doença árdua e pungente a qual eu vinha carregando sobre meus ombros já saturados. Foram tempos cruéis tanto para mim quanto para você, que também se colocava à mercê de tantos tropeços que insistiam em lhe causar desordenado desprazer. Noites inócuas e medíocres, ao relento, sangrando em dor, clamando por amor e a única recompensa de tanto quereres que de mim partia, era teu repúdio e distrato total do que eu tinha a oferecer-lhe em madrugadas tão frias.<br />
<br />
Somente eu sei a imensidão da dor amargurada e astuciosa a qual senti todas as noites trancafiada em meu quarto, entre estas alaranjadas paredes, condecoradas com musicalidade e desolação. Somente eu sei o tormento arrebatador do tic-tac do relógio insistente a bater, espancando-me a alma e o ser a cada segundo que o ponteiro ordenadamente corria. Somente eu sei como foi difícil sustentar a aparência de uma leveza inabitada em meu ser, fazendo com que todos à minha volta viessem a crer que não havia nada a me embrutecer. Somente eu sei o que foi deparar-me, após meses escondida, aquela rosa em comemoração de um ano do amor e também despedida, em cinzas tão tenebrosas e sofridas. Foram meses de morte. Dias de luta diária. Minutos que sangravam-me a alma. E segundos que se arrastavam de forma áspera e assoberbante.<br />
<br />
Sabe, eu precisei tocar a morte, sugar o sangue a cada corte e lidar com toda desgraça e desventura para retornar-me de forma tão plena e revigorada. Eu morri. Todo este tempo eu simplesmente me mantive ali, à espreita da ruína, do pesar, do aniquilamento, alimentando-me do morticismo. Porém, quando renasci, com total vigor e amor pelo sentimento célebre de tudo que retornei a sentir e tocar, pude, então, constatar que não necessitava de nada além de mim para que deleitasse de forma plena à vivacidade do ser eterno, juntamente com os sentidos da palpitação; notei, então, que bastava somente a mim para que minha serenidade e bem-aventurança permanecessem sem ninguém para desordená-la.<br />
<br />
E agora, então, finalmente consigo aspirar profundamente ar para os pulmões com total tranquilidade e alívio no peito, sem sofrer taquicardia a cada embeber de oxigênio para alimento do ser. Revigorei. Renasci. Evidenciei. E, então, não mais permitirei-me cair.<br />
<br />
<br />
<i>Goblinwand.</i></div>
Marcella Whisperhttp://www.blogger.com/profile/15032050750730333474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2283846172050190938.post-29998713840408363562015-05-03T19:22:00.001-07:002015-05-03T19:22:50.805-07:00Pedra, Flor e Espinho.<div style="text-align: justify;">
Por que? Por que sempre há de haver porquês? Por que de tanto por que? Eu não sei. E não pretendo descobrir, pois junto de mim agora, o lema é apenas o sentir. Toda a sustentação que as circunstâncias da vida me levaram a chegar onde hoje me encontro, foi uma luta árdua para a retirada do peso que por um bom tempo eu carregava sobre os ombros. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não há como se dar receita ao outro a respeito de formas de superação, ou sobre como instruir-se a dar o primeiro passo e aprender a caminhar novamente, ou como simplesmente retirar os escombros dos ombros, reerguer-se e desatar o laço do passado que ainda tem permanecido presente. Isso é tarefa personalíssima, intransferível e de caráter pessoal. No entanto, as circunstâncias ao nosso redor por vezes se mostram tão desastrosas e doloridas, que a ânsia que possuímos por nos debruçarmos ao lamento e remoer todo o pavor da dor acaba sobressaindo-se em relação à facilidade, que de fato é, olhar ao redor e aprender, realmente, a usar o olho calmo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu estava no poço. No fundo dele. E lá me mantive por dias, meses - meses de lamento e pura dor. Todavia, surrada e abatida pelos tombos diários a cada amanhecer, ao impor a mim mesma uma faxina sentimental e reagrupamento de prioridades pude olhar para mim mesma, e constatar que a cura para toda lástima sentimental se encontrava bem aqui, no amor por mim mesma que eu havia esquecido de nutrir devido ao vício em alimentar o outro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Goblinwand.</i></div>
Marcella Whisperhttp://www.blogger.com/profile/15032050750730333474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2283846172050190938.post-43570808026183627462015-05-03T17:46:00.001-07:002015-05-03T17:46:11.233-07:00Eclipse oculto.<div style="text-align: justify;">
Quando estirada ao chão eu me encontrava, por diversas e consecutivas vezes, apreciando o luar ou o nascer do sol, ao som de Cazuza cantarolando: "viagens tão óbvias, loucuras tão sóbrias, de um iniciante" e ao fundo aquele blues, eu me permitia transportar para o outro lado, um mundo onde não havia pecado, erros, casos fortuitos ou lamentos; eu apenas me deleitava aos prazeres que minha mente conseguia fragmentar em, de fato, loucuras sóbrias.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Foram noites e noites em claro, alimentando em meu ser uma vontade enorme de transportar-me a lugares inabitáveis de minha mente e à entregas tão súbitas que não me dariam margem de espaço para auto questionamento e infinitas indagações de porquês, pois, apenas daria o salto e vivenciaria o instante. E foi então naquela noite de total entrega da alma e do corpo, que pude sentir meu corpo trêmulo no chão e tua boca extraordinariamente quente e tão selvagem me devorando.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Se os cômodos daquela casa dissessem algo, ao delatarem o que presenciaram em algumas horas daquele dia, certamente diriam jamais terem visto desbunde e volúpia tão ardente. Teus olhos que inebriavam, teu toque que acariciava, as marcas pelo corpo deixadas e um sentimento tão grandioso e repleto de leveza, misturado a um toque abundantemente desembaraçado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Goblinwand.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Marcella Whisperhttp://www.blogger.com/profile/15032050750730333474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2283846172050190938.post-71938962227007361432015-04-23T13:12:00.000-07:002015-04-23T13:12:58.355-07:00O esforço pra lembrar, é a vontade de esquecer.<div style="text-align: justify;">
Acolhamos então, a poupa, o interior do sentimento tão dotado de pureza e limpidez que juntos vivenciamos. Não sejamos hipócritas ao ponto de quando questionados formos a respeito do porquê de nosso rompimento, jamais respondamos que por ventura, “não deu certo”. Por favor, não sejamos hipócritas! Obviamente deu certo. Durante todo o tempo, lado-a-lado, caminhando junta e unicamente para modo de nutrirmos toda essa beleza que foi – aliás, não hey de usar suposições pretéritas, pois ainda é – o nosso amor. Deu certo, ora! Fora deveras tudo muito belo, unívoco e singular.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu pude certamente entregar-me a tudo que tinhas a oferecer-me, e sem receio algum, o fiz – doei-me completamente a você. Experimentei sensações, provei de prazeres que cogitava inexistentes; eu pude sentir todas vibrações, tremores, terremotos e palpitações. Bem, literalmente estremeci-me a teu lado, a todo instante que juntos permanecemos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Oh! Doamo-nos um ao outro de uma forma surpreendente, explosiva, conjunta e complacente. E hoje, para mim, (...) bem, não deves ter sequer a noção do quão difícil é para mim encará-lo frente-a-frente e burlar, através de meios capiciosos maneiras de manter-me rígida diante de ti. Mostrar-me displicente a tudo que passamos e tentar agir com a maior naturalidade já vista. Não tens idéia. Dói-me nas veias.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como? Explica-me! Como posso eu, olhar para alguém que tanto amei, tanto almejei e de forma ultrapassada e extrema quis junto a mim, simplesmente virar e indiferentemente vir a soltar um “olá, tudo bem?” – patético! Incrivelmente patético, deplorável.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<em>Goblinwand</em>.</div>
Marcella Whisperhttp://www.blogger.com/profile/15032050750730333474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2283846172050190938.post-81154428761499504402015-04-23T12:19:00.001-07:002015-04-23T12:19:52.381-07:00O retorno.<br />
<div style="text-align: justify;">
Pois então, passados mais de dois anos em total abandono com o <i>antes-das-seis</i>, decidi de súbito: retornarei! Com o apoio e instigação de uma grande amiga, Jey, cá estou eu, de volta aos escritos - já que o mesmo é a forma mais exata e libertadora de eu me exprimir.<i> </i>O seguinte texto fora escrito há muito tempo atrás, há anos, para ser mais exata. No entanto, não havia o exposto a ninguém.<br />
<br />
<br />
<br />
<b><i><span style="font-size: large;">23/03, como vão as coisas de mês em mês?</span></i></b><br />
<br />
"Depois de meses distanciados, sem manter qualquer tipo de contato que seja, cá estou eu, na porta da casa do sujeito, às exatas 02:23 a.m, cai uma chuva ensurdecedora; não sei se contenho meus tremores, desembaço o vidro do automóvel ou controlo a respiração ofegante - estimulada pela tensão das circunstâncias.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não sei o que faço, pareço uma estúpida no interior desse carro, pensando no que fazer, como agir e em mil hipóteses e cogitações do que falar. Ir ou não? Meu Deus, eu vou embora! Caso eu adentre em sua casa, o inferno vai retornar-se ao seu estado de euforia novamente, e o vulcão que até então aparentemente adormecido se encontrava, vai entrar em erupção e deveras não sei se suportarei este piteco no coração; já abalroado por tantas vezes.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu entro? Eu permaneço aqui? Eu vou embora? Eu subo com o pretexto de que fui entregar-lhe alguns pertences seus que ainda permaneciam comigo ou aumento "How I Wish You Were Here" que toca na estação e deságuo em pratos? Sufoca-me! Meu Deus, eu vou subir! Vou tocar a campainha de seu apartamento, sei que ele há de atender da mesma forma com a qual sempre recepcionava-me e da maneira como nos despedimos: Trajando aquela cueca baixa, com listras coloridas e etiqueta dobrada. A cara, amarrotada de algum porre da noite passada, acompanhada por um hálito indubitavelmente alcoolizado e entorpecente, e para acabar de abarrotar-me de uma vez, teu cheiro [...] O teu cheiro, que inda permanece impregnado em minhas entranhas. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Chega de divagar! Basta! Ou adentro, arrebento e sustento toda a situação ou morro de desejo e dou-me por fracassada e arranco com o carro e parto para algum lugar! [...] Respire, expire, respire. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Saio do carro, a chuva forte, estou ensopada; ainda possuo as chaves da porta da frente, e assim como elas eu também o desejo da mesma forma: Para todo sempre. Adentro, subo as escadas, os degraus mais dolorosos da minha vida. A cada escalada, sinto como se uma adaga perfurasse minh'alma. Silenciosamente vou despindo-me pouco-a-pouco, calmamente. Faz frio, estou trêmula, gélida e completamente encharcada. Nesse vai-e-vem, fica, volta e "de-mais-nada-sei", o relógio, que encontra-se embaçado e já quase parando, o pino já andando desacelerado... marca então, 03:32 a.m.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pronto, cá estou eu, defronte à porta da sua casa, da nossa vida, e que, um dia também chamamos de nosso lar. Então eu toco a campainha, finalmente. Com toda a intrepidez que há em meu ser, eu dependuro meu dedo naquele botão. Você não atende. Ótimo! Ao menos não ficarei plantada à sua frente sem sequer um argumento plausível a dar-lhe por qual motivo, então, ali me encontrava. Não quero ter que encará-lo, não suportaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Desço um, dois, quatro degraus. Suspiro e dou mais um passo abaixo. Lentamente a porta se abre. É você, Você, bem ali. O vejo de relance, já que me encontro de costas. Tu respiras fundo, quase que sinto teu ser junto ao meu. Você então, com a voz entonada que possuis, dirige-me à palavra: "Mulher...?!"; estremeço-me e respondo-lhe: "É... bem, eu... Na verdade não era... Bem [...]." Nada sai, não consigo dizer sequer um nada. Como já era de se esperar. <br />
<br />
E você, com seu ar despretensioso, sorri totalmente desarmado e indefeso e me diz: "Eu esperei. Eu sempre te esperei, mulher! E veja só, aqui se encontra você, bem à minha frente, mesmo depois de tantos anos consigo sentir que tu ainda sentes".<br />
<br />
<br />
<i>Goblinwand.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Marcella Whisperhttp://www.blogger.com/profile/15032050750730333474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2283846172050190938.post-78271966278468378042013-03-03T14:04:00.002-08:002015-04-23T15:25:57.728-07:00Canibais de nós mesmos.<span style="font-weight: normal;"><br /></span>
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 115%;">Matei-me esta noite. De forma tão
brutal quanto à última vez em que fui matada, assassinada, tendo a alma
esquartejada e mantida por séculos em vilipêndio profundo. Sentindo todo o peso
do mundo. Queria eu não queixar-me demais, exigir demais, sentir demais. No
entanto, isso não cabe a mim. Transborda de meu ser involuntariamente. Quando
vejo-me, lá estou eu mais uma vez: Com a vida estagnada, a aparência
amarrotada, e a vida sendo levada... Levada ao fundo do poço, cometendo
suicídio por doar-me a qualquer moço.</span></span><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 115%;"><br />Não tenho suportado mais o fato de
tanto pensar. Dói-me. Dói-me amargo feito fel. Sinto-me presa numa torre, sendo
julgada como um revel. E para não doer, eu me dôo. Ambiguamente. Dôo-me por
doar-me. E dou-me por tanto doer. E sendo assim, mato-me hora-a-hora do meu
viver.</span></span><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 115%;">Tornei-me um tanto quanto pesarosa de
alguns bons anos para cá. E será que realmente “<i>toda dor vem do desejo de não sentirmos dor?</i>” Eu não sei, vai ver
que sim, vai ver que não, só sei que tudo isso apenas dói e sangra em mim.</span></span><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 115%;"><br />Não durmo há algumas noites já.
Semanas, talvez. Para não parecer tão monstruosa a ponto de espantar os demais,
privo-me da sociabilidade. Trancafiada permaneço por dias neste quarto de
pensão. Barato, horrendo, imundo... E eu aqui ainda, me mantendo. Não possuo
família, tampouco parentes. Amigos? Oh, estes já se encontram tão ausentes. Não
tive filhos, matei meus pais – em mim. Não tive sequer um gato peludo pra
nomeá-lo como “Xanin”. Vida prostituta essa minha. Tanto quanto eu, deitando-me
a cada noite com qualquer ser vil e abjeto que algo me interesse por aí. Vago,
todas as noites. Incrédula e mal-amada. Correndo atrás de qualquer um que me
faça atiçada.</span></span><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 115%;"><br />Estou morrendo. <i>Sem</i> <i>gramas, sem dramas</i>.
De fato estou a caminho de repousar-me numa lápide talhada à lata. Barata,
barata. Não como há dias, me mantenho somente cercada desse uísque vagabundo e
barato e maços de cigarro, que tornaram-se meus fiéis aliados nesta luta
contínua e sanguinolenta. Escrevo, escrevo, escrevo. E morro em desespero. A
casa palavra verbalizada, a cada dizer proferido, eu transporto minh’alma a
outro mundo; dos incompreendidos.</span></span><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 115%;"><br />O cigarro trago-o fulminantemente, em
total desespero. Pouco degusto-o, e logo se esvai todo o gás do isqueiro. Meu
peito dói. Meu peito chia. Meu peito queima. Meu ser se esvazia. Estou
morrendo. Estou morrendo seca e abandonada. Jogaram-me ao léu... Desgraçaram-me
e me mantiveram vilipendiada. Eu estou morr-r-r-r... Morrendo.</span></span><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 115%;">Adeus, adeus, meu grande amor. Só
quero que saibas que fora por ti que tudo isso se arruinou. Ao almejar-te,
joguei-o para longe de daqui. Não soube cuidá-lo, então matei-o em mim. Adeus,
adeus, meu grande amor!</span></span><br />
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></span><span style="font-weight: normal;"><i><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Goblinwand.</span></span></i></span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="height: 0px;">
<br /></div>
Marcella Whisperhttp://www.blogger.com/profile/15032050750730333474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2283846172050190938.post-50689532362009994532012-09-07T13:28:00.000-07:002012-09-07T13:28:21.298-07:00A felicidade é uma mentira, e a mentira é salvação.<div style="text-align: justify;">
Junto à bagunça do meu psicológico mais que abalado, agora dei também para badernar o coração. Que coisa, não? São pessoas entrando e saindo e cruzando e partindo, sempre partindo de minha vida. Ou na verdade, quem as despede sou eu? Não tenho conseguido, não tenho me permitido a sociabilidade, o contato humano com tamanha profundidade, pois simplesmente não cabe mais a mim e nem a você, aí estirado em seu sofá, deprimido e mantido em vilipêndio, bêbado e esquisofrênico pelo fato do meu desequilíbrio emocional. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não tenha a intenção de supor o céu e oferecer-me laços invisíveis existentes somente a teu olhar. Não queira desbravar, evocar, contemplar-me ou simplesmente cogitar a possibilidade de fazer-me feliz. Não, não, não. Desde já adianto-lhe: não vou me adaptar! Eu vou proporcionar a você, somente aquilo que eu achar que de fato convém a mim. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Creio eu, que não seja tão complicado e dolorido assim viver pra si, não é mesmo? Ainda mais no meu caso: que passei quase que toda uma vida trilhando pelo caminho da solitude. Não é triste, não é fúnebre, nem auto-desprezo. No entanto, é pecado. É perversão. É vicioso. </div>
<div style="text-align: justify;">
E o que é pecar? Faltar com alguma regra moral? Deixar de prestar um dever social? Poupe-me, afabilidade realmente é algo que anda bastante de esquerda comigo. E desgraçadamente o único mal que tenho conseguido é estar voltada para o meu umbigo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Goblinwand.</i></div>
Marcella Whisperhttp://www.blogger.com/profile/15032050750730333474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2283846172050190938.post-30225779478668153252012-08-26T13:05:00.000-07:002012-08-26T13:05:00.690-07:00Desalento.<div style="text-align: justify;">
O infindável clichê "pois é"</div>
<div style="text-align: justify;">
Pois é</div>
<div style="text-align: justify;">
"E agora, José?"</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O que faremos quanto a isso?</div>
<div style="text-align: justify;">
Já não importas para mim</div>
<div style="text-align: justify;">
Não perco-me mais em teu eterno sumiço</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E isso?</div>
<div style="text-align: justify;">
Para que tudo isso? </div>
<div style="text-align: justify;">
Além disso</div>
<div style="text-align: justify;">
Não há se quer, algum compromisso</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Laços desataram-se</div>
<div style="text-align: justify;">
Noites que se desvaliram</div>
<div style="text-align: justify;">
Junto às nossas juras que acreditávamos ser eternas</div>
<div style="text-align: justify;">
Também se suprimiram </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E agora, rogo a quem?</div>
<div style="text-align: justify;">
Não tenho a Deus, nem a ti, nem a ninguém</div>
<div style="text-align: justify;">
E agora, por onde ando?</div>
<div style="text-align: justify;">
Se tudo o que enxergo à minha frente, sou somente eu; miserando</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E isso?</div>
<div style="text-align: justify;">
Para que tudo isso?</div>
<div style="text-align: justify;">
Para que tudo lá?</div>
<div style="text-align: justify;">
Se em breve, toda a febre </div>
<div style="text-align: justify;">
Uma hora há de passar</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Adeus, Deus! E a ti</div>
<div style="text-align: justify;">
- Deus deu a adeus a ti</div>
<div style="text-align: justify;">
A mim</div>
<div style="text-align: justify;">
A nós</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje estamos a sós</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu comigo</div>
<div style="text-align: justify;">
Tu contigo</div>
<div style="text-align: justify;">
Nós em total desabrigo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Goblinwand.</i></div>
Marcella Whisperhttp://www.blogger.com/profile/15032050750730333474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2283846172050190938.post-56186244409809804342012-08-06T19:11:00.001-07:002012-08-06T19:15:30.127-07:00Monomania.<div style="text-align: justify;">
Limitada, desarmada e totalmente imune de negar que ainda sinto. "Ainda?" Na verdade, acho que jamais deixei de sentir algo. "Acho?" Pois bem, constato: Eu nunca deixei de sentir. Além da mente, tu também sempre se manteve ativo em minh'alma e no âmago de meu coração. Por mais que eu negue, profira e decrete que por ti não mantenho mais vínculo algum, logro, engazupo e minto descaradamente par mim mesma. Por mais que eu o vulgarize, zombe e intrepidamente desonre teu nome, no fundo, bem no íntimo eu sei: Me revisto de repúdio pelo teu ser somente pelo fato de não me caber admitir que veementemente eu o sinto, mastigo, degluto, o despido; o AMO!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Goblinwand.</i></div>Marcella Whisperhttp://www.blogger.com/profile/15032050750730333474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2283846172050190938.post-44483516250841761262012-07-29T13:32:00.002-07:002012-07-29T13:39:42.836-07:00Eu sei que o amor é uma coisa boa,<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red;"><i>mas também sei, que qualquer canto é menor do que a vida de qualquer pessoa.</i></span><br />
<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como eu bem sei e já conformei-me até com isso, não sou lá uma pessoa muito sociável, polida e comunicativa. Nem faço questão também de ser. Nem sou também muito previsível como a todos que me rodeiam, nem estatizo projeções futuras e muito menos tive desde sempre a idéia fixa de "<i>amor - eterno amor</i>"<i>. </i>Aquele indivíduo fantasioso, lá do âmago de seus devaneios, que tu projetas para que ao teu lado, para toda a vida firme um laço, tolhe um nó e jamais desfaça esse elo. Nunca almejei. De verdade. Até então. Até tu surgires, assim, repentinamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sempre enxerguei em meus pais a arquitetura mais bem trabalhada do que viesse a ser o amor. Sempre, sempre. E junto a essa idéia fixa , e também, pelo que era exteriorizado através deles e exposto a mim, embora sem veemencia e impetuosidade alguma, eu sempre almejei bem lá no meu íntimo um dia poder apalpar, ressoar e pelo mínimo que fosse aproximar-me de algo tão grandioso como aquilo que convivi toda uma existência. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E no meio de uma vida, no centro de uma praça, na ponta de uma esquina, eu, uma menina. Uma mulher e com a vida tão displicente mas que ao fitar através de teu olhar, o peito rodeado por pássaros pôs-se a cantar. E etão tu me veio, semeou, espalhou, propagou e floriu, e matou-me, e morreu e sumiu. E eu o amei. Eu o amei breve e bravamente como se fosses a última pessoa no mundo a quem eu pudesse doar todo meu afago e meu íntegro e completo amor. Mas não deu. Eu não dei, não fui capaz, não me doei. Você viu, e eu senti e ainda assim para mim, você mentiu. Eu não soube perdoar, não soube acolhe-lo, eu não soube me amar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Cheguei então para mim mesma, refletindo atentamente a meu reflexo interno, pûde então perceber que mesmo tão célere e fugaz tu conseguistes proporcionar a mim, quase que tudo aquilo que um eternidade inteira meu espelho genitor vivenciou: O mais puro amor.</div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>"Hoje eu sei
</i><br />
<div style="text-align: justify;">
<i>Que quem me deu a idéia</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>De uma nova consciência</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>E juventude</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Tá em casa</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Guardado por Deus</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Contando vil metal...</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Minha dor é perceber</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Que apesar de termos</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Feito tudo, tudo,</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Tudo o que fizemos</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Nós ainda somos</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Os mesmos e vivemos." ♪</i><br />
<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Goblinwand.</i></div>
</div>Marcella Whisperhttp://www.blogger.com/profile/15032050750730333474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2283846172050190938.post-62538238194689011702012-07-06T21:22:00.001-07:002012-07-06T21:35:06.051-07:00Guichê 5, Senha: 364.<div style="text-align: justify;">
Já impaciente, adentrei à agência bancária. Um, dois, três, quatro... Exatos vinte e três degraus. Os subi. Quando então, me deparo com a multidão; o que deixou-me mais buliçosa ainda - totalmente sôfrega e frenética. Ainda tenho lá minhas crises fóbicas-sociais. Permaneci ali, de pé e esperando minha vez chegar para caminhar ligeiramente até o caixa e efetuar minha operação e ausentar-me logo dali. No entanto, quando constatei que ainda haviam trinta e duas pessoas à minha frente para serem atendidas, suspirei fundo, mantive a calma e como já estava ali mesmo, resolvi permanecer e esperar para receber meu atendimento. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Foi então, que recostada à pilastra central da agência resolvi me manter quase que imóvel e analisar tudo à minha volta: - o senhor sentado na cadeira ao lado de onde eu estava, batendo o pé direito freneticamente contra o chão, a moça esquia, de óculos escuros, formosa, cabelos longos, segurando a criança inquieta no colo, o senhor na última fila que não cessa por um instante que seja o ato de fitar-me veementemente; chego a ficar meio sem graça e esquivo o olhar (minha aparência provavelmente deve espantá-lo, não? Obviamente!), e também o casal de velhinhos que passava por mim, ali, na minha frente, tão encantadores e sublimes. O senhor, seu marido, com o mais amplo grau de compreensão e paciência para com sua amada. Ela já fraca, debilitada pela idade, bruscamente interrompe seus miúdos passos: "Zé! Fiquei bamba! Estou tonta. Vamos parar um pouco!"; "Zé", então a acolhe em teus braços guiando-a à frente [...] "Vamos, Amélia, devagarinho a gente chega. Respire fundo que logo passa a tonteira, minha querida. Segure firme minha mão!", achei realmente de um portento escandaloso os cuidados dele para com ela, e por fim, ele, o atendente do Guichê 5. Pois bem, faltam-me palavras par expressar e conseguir verbalizar o que senti ao olhar fixamente para este. Indecorosamente fixei o olhar totalmente penetrante nele; apaixonei-me. Assim mesmo, à primeira vista, instantaneamente, encantadoramente, alucinadamente. E ele, obviamente reparou e prontificou-se de responder aos olhares de imediato, inclinando-se fogosamente em minha direção.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mais parecia eu, em uma exposição de arte apreciando todo aquele monumento histórico, teatral e poético. Ele era uma mesclagem de sal & doce, um ogro, um "ogrodoce". Moreno, cabelos lisos, curto, negros, olhos arredondados, sobrancelha grossa e esquia. Não possui um corpo milimetricamente desenhado em forma escultural. Pelo contrário, é até meio "fofinho", o que na verdade, pra mim é ponto a mais - já que execro aquele tipinho físico totalmente robusto, rijo e possante. Ele é lindo. Até mesmo a cicatriz pequenina logo abaixo da boca, que aliás, o torna mais charmoso ainda.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O sinal das senhas toca ♪ 363 ♪. Logo me prontifico de agilizar os documentos necessários e os passos também, para não desmoronar ao passar por ele, o atendente do guichê 5. Mais um sinal irritantemente displicente já então, naquele exato momento. Pois sequer minhas pernas eu sentia mais. E as mãos? Mais gélidas que defunto nu, estirado ao chão. É minha vez. O maldito 364. Ele então abre a boca e em voz alta: "TRÊS, MEIA, QUATRO?!, já que o sinal apitou por três vezes consecutivas eu permaneci ali imóvel, inerte defronte a ele. Caminho então em sua direção. Talvez, naquele momento ali, fora o instante mais árduo que percorri. Árduo e excitante. Chego então à boca do balcão. Ele me sorri, com o olhar compenetrante: "Pois não, senhora?". Pensei: "Pois sim! Pois tudo, pora teu olhar em mim." Mas só pensei e retribui ao riso. Gaguejando, trêmula e aparentemente sonâmbula (pois não respondia por meus atos), mais parecia uma vespa besta, lerdaça e estúpida. Finalizei então minha operação, e dei a ele um "tchaaaau", daqueles mansos, brandos, domados... Ora, eu estava mais era parecendo um animal dócil e domesticado arreganhando s pernas para um qualquer alisar e prestar carinho e atenção. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Então dei-lhe as costas e rapidamente fui retirando-me do recinto. Vinte e três, vinte e dois, vinte e um, *pulo* - devo ter saltados uns três degraus de um vez. Chego no térreo, roleta, multidão, segurança, porta, e pronto; cá estou eu - na rua. Saio então como se nada tivesse acontecido e, de fato, nada aconteceu. Mas me encantei, apaixonei-me pelo atendente do Guichê 5, e que provavelmente sequer deve recordar-se da feição do meu rosto. Amores, desamores, encantos, desencantos e encontros e desencontros diários. Eu.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Goblinwand.</i></div>Marcella Whisperhttp://www.blogger.com/profile/15032050750730333474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2283846172050190938.post-6946923745034695352012-06-22T21:45:00.001-07:002012-06-22T21:45:48.956-07:00Veja bem, meu bem!<div style="text-align: justify;">
Ultimamente tenho encontrado-me bastante recluso em mim mesmo. E isso é bem perceptível a olhos alheios, àqueles que com atenção fitam-me, veementemente, a olho nu, com lupas e a mil graus. Eu realmente tenho me mantido e aproximado-me somente daquilo que me traz bom agrado, bom proveito, bom ornado. E me afastado de tudo que por vezes trava-me o riso, tira noites de sono e me mantém indeciso. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Assim como as lembranças, situações, amores e emoções; as pessoas também - elas vem e vão. Já dizia Maria Rita, em <i>Encontros & Despedidas</i>: "[...] tem gente que chega pra ficar, tem gente que vai pra nunca mais, tem gente que vem e quer voltar, tem gente que vai e quer ficar, tem gente que veio só olhar, tem gente sorrir e a chorar; E assim, chegar e partir." E assim a vida segue seu percurso diário, repetindo-se na mesma estação. Coisas suscetíveis a grandiosas importâncias de ontem, hoje já não mais refletem da mesma forma ou sequer são evocadas, trazidas à lembrança. Matamos a todo tempo tudo aquilo que não é de muita valia a nós. Incorreto? Inexato? De forma alguma! Aquilo que não lhe acrescenta em nada, somente atenua, abate e subtrai, obviamente não merece permanecer adjunto a ti. De forma alguma.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Foi então que parei - eu comigo mesma, sentei-me e indaguei: "Pois é!". E fui dissecando as circunstâncias ali então expostas e a partir de uma apreciação mais profunda, constatei a seguinte peroração: "Só manterei-me ativa naquilo que encoraja-me, traz o riso, me mantém robusta e não me suga. Me sustentarei, acima de tudo, apensada somente àquilo que me faz o bem, me satisfaz e convém." E desde então, certas coisas que num pretérito-mais-que-imperfeito até então presente mantinha-me débil e combalida passou a não possuir tanta importância assim. <br /><br />Pois bem, na verdade, passou a não ter é importância alguma. À vista disso tornei-me bastante propensa a tratar com displicência aquilo que não suceda de complacência. E veja bem, veja muito bem! Bem encontro-me eu agora, que, no entanto, por questões maiores, há tempos distante de mim mesma não podia mais enxergar-me. Bem... veja bem e muito além do bem - se tu almejares veementemente um propósito, até mesmo o mundo e suas desgraças, há como suprimir os erros e o reconstruírem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Goblinwand.</i></div>Marcella Whisperhttp://www.blogger.com/profile/15032050750730333474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2283846172050190938.post-56087996017477564112012-06-11T20:56:00.001-07:002015-04-23T14:27:35.508-07:00Teorema.<div style="text-align: justify;">
Não! Reencontrá-lo após todo o tempo de afastamento, obviamente não fizera com que os sentimentos retornassem. Sabes o por que? Pelo simples fato destes, jamais terem partido. Eles sequer sobrevoaram por instantes. Virem e decolaram e ainda aqui permanecem. "Sempre"? Sempre é muito, é tudo, é excessivo, exacerbado [...] Mas o que sou? Tudo isso. Sendo assim, hão também de permanecer aqui comigo, sempre. Para todo sempre. O sentimento que ainda nutro por ti.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje ao vê-lo, estavas tão lindo. Creio eu, que como nunca jamais visto. Com teus olhinhos vidrados e arregaladinhos, fitando-me cara-a-cara e desferindo "aquela" falácia afetiva de xingamentos, e sendo retribuído da mesma forma a qual somente nós fazemos com tamanho vigor e empenho. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Teu jeito desgovernado, desconjuntado, misturado àquela caidinha de ombro fatal e a cabeça pendendo para o lado direito, aturdindo-me o ser, a alma, o vão, o coração [...]. E tu chegas tão patético comovendo-me e trazendo consigo o riso, que enternece-me aos extremos: pés à cabeça. E vais embora, tão mais belo e airoso e venusto e formoso, que decaio-me em meio à calçada e lá permaneço por minutos a seguir procurando forças e haveres e forma para levantar-me e caminhar até o carro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"[...] É exagero</div>
<div style="text-align: justify;">
E pode até não ser</div>
<div style="text-align: justify;">
O que você consegue</div>
<div style="text-align: justify;">
Ninguém sabe fazer.</div>
<div style="text-align: justify;">
Parece energia mas é só distorção</div>
<div style="text-align: justify;">
E não sabemos se isso é problema</div>
<div style="text-align: justify;">
Ou se é a solução.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
[...] Parece um teorema sem ter demonstração</div>
<div style="text-align: justify;">
E parece que sempre termina</div>
<div style="text-align: justify;">
MAS NÃO TEM FIM!"<br /><br /><br /><i>Goblinwand.</i></div>
<div>
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><span style="background-color: #f6b26b; color: #555555; line-height: 21px;"><br /></span></span></div>
<div>
<span style="color: #555555; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: medium;"><span style="line-height: 21px;"><br /></span></span></div>
Marcella Whisperhttp://www.blogger.com/profile/15032050750730333474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2283846172050190938.post-30169957149277543182012-05-27T21:02:00.000-07:002012-05-27T21:02:11.129-07:00Tire esse azedume do meu peito, e com respeito, trate minha dor!<div style="text-align: justify;">
Talvez tua urgência impertinente em adiantar-me de tuas intenções vorazes tenha feito com que eu me esquivasse de ti. Um dó. realmente um dó, pois ao que me fora passado, pelo menos desde o início, dava a entender que querias-me para ti. E o problema nisso? É inteiramente e somente isso: Querer-me!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Oh, meu caro! Não queira a mim. Pelo menos não integralmente como almejas. É bem aquele lance de "eu possuo muitas coisas, e nada disso me possui". Por mais que sejas veemente, fiel em tuas palavras e condutas, não me terás. E não pense em momento algum que estou a lhe esnobar, mas o fato que ocorre, é como mencionei anteriormente: Sem posses acerca de meu ser. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por mais que eu tente, cogite a possibilidade, me empenhe ou chegue a entrelaçar-me a alguém, não consigo manter-me em tal aliança. E sendo assim, minha aptidão para romper vínculos sempre acaba vindo à tona; e todo o laço até ali dado por mínimo que seja, finda-se. Não é culpa minha, juro veementemente a ti: Não é culpa minha. Somente não sei mais lidar com relações que perdurem por ais de vinte e três horas; satura-me!<br /><br />Pois bem, em amores modernos realmente há novos ritos e, confesso-lhe, que não sou conta nem sinto-me apta a a acompanhar tal situação; é fora de meu alcance e não compete á minha jurisdição. Amar todo mundo ama e morrer em término de relacionamentos amorosos todo mundo morre, mas logo após tu revigoras tem aquele feito passado somente como uma fase não muito glorificada de sua vida. E simplesmente passa. Tudo passa. Até mesmo o amor jurado por toda a eternidade passa. A única coisa que permanece e há de resistir por toda uma vida, é teu sorriso escancarado que ainda persiste em atordoar minha mente, meu caro e bravo ser desalmado.<br />
<br />
<i>Goblinwand.</i><br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>Marcella Whisperhttp://www.blogger.com/profile/15032050750730333474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2283846172050190938.post-26461814430289275622012-04-30T12:16:00.000-07:002012-04-30T12:16:53.290-07:00"[...] Sua voz está tão longe ao telefone. Fale alto mesmo grite não se importe."<div style="text-align: justify;">
Pois então, não sei se estou fazendo o certo. Pode ser que não. Na verdade, o certo nunca foi minha opção mais valida ou viável. Depois de quase um ano que nos distanciamos, estou te ligando. É, eu estou te ligando para dizer-te o seguinte: Bem, não sei o porque realmente de estar te ligando, mas estou fazendo-o. Me sinto bem babaca, estúpida e com uma incapacidade de discernimento moral e de bom senso tremendo. Gente, para que cargas d'água estou te ligando?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Olha, estou te ligando porque meus pais estão passando o final de semana fora e estamos somente eu e minha cadela rabugenta e sensual em casa e estou a fazer torradas. Me lembro que sempre fazíamos torradas com queijo e orégano. Nós, na cozinha, juntinhos, fazendo arte. E bem, você se lembra, minhas torradas sempre queimavam (quase reduzidas à cinzas). E nem com o passar nos anos tomei habilidade na coisa: Elas queimaram. E por isso estou te ligando; pelas torradas queimadas. ... Estou te confundindo, perturbado e causando um transtorno imenso, não? Tenho ciência da minha inconsequência e meu ato inconveniente, mas agora sente-se e me ouça, e quero ouvir-te também. Pois foi necessário algumas muitas doses de uísque para impulsionar-me a agir da maneira a qual estou fazendo: Te ligando! ... As torradas. Ah, pois então. ... Bem, eu não quero falar sobre as torradas (que inclusive estão ali, acabando de serem tostadas no forno). Estou sentada no chão, um tanto quanto turvada de bêbada, bastante alterada como nota-se e amanhã provavelmente eu vá me arrepender de tudo que estou a lhe dizer. Mas hoje não. Hoje absolutamente não me permito a isso.<br />
<br />
Eu poderia por meio deste dizer-te tanta coisa. remoer, remexer e revirar o passado e apontar a você o quão ferino, equívoco e miserável fostes comigo. O quanto me julgastes mal apontando-me o dedo na cara e maldizendo ditos faltos e citações infundadas a meu respeito (ou a falta do mesmo, como você reputou naquela noite). Mas não o farei. <br />
<br />
Sinto sua falta. Embora com todo meu esforço e veemência eu não o queira mais. Feriu-me absurdamente uma, duas, três, quatro e vinte e três vezes. Eu o expulsei de minha vida, dos meus cabelos bagunçados assim como também são minhas idéias, das minhas mãos, do meu corpo e principalmente do âmago de meu coração. Mas veja bem, eu estou te ligando. Eu quero saber-te. Quero que exponhas, que fales e que grites. Quero tomar conhecimento de com quem tens saído, dormido, acordado, vivenciado e vivido; com quem e como tens tocado teu barco? O meu naufragou. Logo após aquela noite em que tudo se abalou, confrontou, espatifou.<br />
<br />
Pois é, estou aqui há quase uma hora falando-te, falando-te e nada ouço. Estou lhe assustando, não é mesmo? Você se quer deu um pio. Só suspira. É duro? É pesadíssimo, não? Olha, fale alguma coisa, vai! Sei que exagerei no álcool e mais ainda na capacidade de estar fazendo isso. Mas é que tu deixastes uma marca relativamente considerável em meu peito que ainda sangria. [...] Eu, eu, eu não sei. Não sei o que pensar, o que dizer... Bem, eu ... é. *Bi bi bi*.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
[...] E logo após isto, desliguei o telefone. Assim, bem bruscamente. Mas não por estar envergonhada pela exposição tremenda que fiz de minha figura dotada de transtornos emocionais. Porque olha só: Eu estampei a ele, àquele homem a quem tanto amei, toda minha bravura, e sentimentalismo, rancor e afeto que ainda sentia por ele. Eu desliguei somente pelo fato de, no dia, na semana ou no mês seguinte eu viesse a telefonar-lhe mais uma vez com o pretexto de desculpar-me pela incivilidade e descortesia do fato ocorrido. Quando na verdade, eu só iria fazer tal ligação a você para ouvir-te mais uma vez dizer: "[...] E aí, mulher?" e afrouxar, proferir e arremessar aquela entonação cativante e a gargalhada atraente, sedutora, capitosa e embriagante que somente tu possuis. Ser vil, intrépido e energúmeno!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Goblinwand.</i></div>Marcella Whisperhttp://www.blogger.com/profile/15032050750730333474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2283846172050190938.post-60894999005818658172012-04-25T12:42:00.000-07:002012-04-25T12:42:18.848-07:00Solidão de Nosferatu.<div style="text-align: justify;">
E então, incrivelmente eu abandonei todo meu peso. Meu peso em doar-me, em amar em demasia, em demonstrar às pessoas realmente tudo aquilo que me abala, me feri e apunhala. Eu não falo mais. Sinto, absurdamente - mas omito. Assim é melhor.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Olha, ontem caminhando de madrugada pela cidade, sem rumo, fumando tresloucadamente e com o âmago do coração derretendo entre meus dedos, parei e decidi bater um papo comigo mesmo. Passei horas a fio a divagar. E pensei, pensei, pensei, debati, retruquei. Cheguei a uma conclusão: PAREI. Eu parei, estagnei. As coisas vão seguir seu rumo e eu me aprumarei em meio a isso tudo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu sou explosiva, eu arrebento mesmo, eu rasgo tudo, eu cravo as unhas e meto a faca. Impiedosamente. Eu sinto, cara. Eu sinto demais. Talvez isso seja problema. [...] No entanto, eu só sinto quando eu sinto. Entendestes? Quando eu sinto-me sentir. De verdade. E não quando eu acredito estar sentindo.<br />Vezenquando aparece um cara legal, de papo bacana, de inteligência mediana e sorriso escancarador. E nos sentamos juntos na mesa do boteco, e então ele leva sua mão esquerda ao meu queijo, e passa a mão entre meus cabelos e diz que minha boca não existe e que meu sorriso traz vivacidade à sua vida, e ele aspira, espira e transcende tudo aquilo que até então fora vivido, dando ênfase ao meu cheiro o qual ele diz ser o melhor sentido até então [...] e fechando os olhos para sentir-me. Mas veja só: ele quer tocar meu íntimo, ele me quer como sendo posse dele, mulher dele, ele quer me fazer feliz, ele me quer de lés-a-lés, de par-a-par, ele quer que eu seja plena estando ao lado dele. Ele quer me propor tudo, o mundo. E então o que eu faço? Esquivo-me! O que me resta a fazer? Escapulir, furtar-me, me eximir [...] e habitualmente evitar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por favor, vai. Não queira minha satisfação plena, nem me prestar favores nem deixar-me contente. Não queira tomar-me como parte de você. Nunca hei de ser. Então por favor. Mantenha-se longe. Não direi a você o eterno clichê de "podemos ser amigos e coisa e tal". Não fomos, nem somos e muito menos seremos amigos. Eu não tenho amigos, só pessoas com quem diariamente convivo. Então por favor, tchau. Não venha cutucar-me com sua constância plena, ativa e reluzente nessa alegria toda que carregas. Me deixe aqui, vai. Bem recolhidinha em meu canto. Porque eu... meu caro... eu gosto é das dificuldades. Eu gosto é do carinha descolado e de bom humor e sorriso enigmático, esfíngico e sibilino que me liga somente uma vez ou outra para aquele chazinho batizado às 23:00 à companhia de seu violão e suas esquivações.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Goblinwand.</i></div>Marcella Whisperhttp://www.blogger.com/profile/15032050750730333474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2283846172050190938.post-65476389894236939022012-04-23T10:33:00.000-07:002012-04-23T10:41:44.178-07:00Os dias andam estranhos, eu te entendo. Também queria um pouco de calor.Resistir, durar, subsistir, conservar-se, não ceder, defender-se, não sucumbir e conservar-se firme [...] era bem esse nosso plano, não era? Mantermos-no bastante firmes e rígidos, seríamos inabaláveis. No entanto, eu decidi soterrá-lo, colocando fim a todas nossas vivencias até então. Que coisa brusca, eu o pus de lado, eu o demiti de minha vida, tão displicentemente eu não o levei comigo.<br />
<br />
Hoje, dia vinte e três de abril de dois mil e doze, faríamos exato um ano - não só de namoro, porque somente namorados nunca fomos. Mas de uma história única e unívoca que traçamos, de um tratado que laçamos, de ocorrências de fatos que apalpamos e sucessos e particularidades relativas a tudo aquilo que juntos sentimos profundidade. Recordo-me piamente, de tudo. Tudo, tudo, tudo. Exatamente tudo. Desde nossa primeira esbarrada à não detenção da aptidão extrema para sentir. Não controlamos. Então, por água abaixo, rolamos.<br />
<br />
Hoje, atualmente, não sei como estás. Não possuo mais a posse de notícias tuas, já não trocamos mais correspondências e nossa comunicação tornou-se bastante escassa. Nos perdemos no tempo, junto com nossas ânsias súbitas. Perdemos-no: e isso é por demais triste de se assumir. Eu perdi, deixei de ter, extraviei, arruinei, desgracei, me mantendo delida, [...] eu errei o caminho e hoje vivo esvaecida.<br />
<br />
Eu preferi não colocar as cartas sobre a mesa, por um tempo eu preferi manter-me á espreita, à espera de qualquer benevolência vinda de ti. No entanto, o tempo teve fim e eu simplesmente morri em mim. A gente sempre acaba se envolvendo mais do que devia, mais do que podia, mais do que nossa capacidade detinha para tal. Mas ainda assim nós insistimos, vamos a frente e nos arriscamos. Eu, no íntimo de minha particularidade não sei mesmo, de verdade como lidar com sentimentos tão grandiosos que são advindos do amor sem poder ou saber tocar o infinito. Eu vou fundo, na parte densa, no extremo arraigado, no que há de mais recôndito, no íntimo, nas profundezas, eu naufrago no fundo do coração, aguando todo esse sentimento que vejo esvair sobre minha mão. [...] Oh, meu caro!<br />
<br />
Não falar mais de ti é inevitável, mas hey de privar-me. Assim como tenho privado de direcionar meus pensamentos até você. Tem se tornado doentio, nada saudável, de clima insalubre, desgostoso e compungido. E dentre todas as coisas que juntos vivenciamos, creio que recordar-me de ti com essa falta de alegria ou descontentamento só me matará lentamente cada vez mais. Então hey de resguardá-lo no âmago de meu coração, em uma caixinha verde com enfeites dourados e deixá-la lá, à exposição do abandono, largada e em desamparo. Assim como fiz conosco: não resistindo.<br /><br /><br />
<i><br /></i><br />
<i>"De que adianta você saber o quanto eu sinto? </i><br />
<i>Minha dor vai ser mais problema que solução.</i><br />
<i>Por fora eu disfarço o quanto eu ando aflito, </i><br />
<i>de só ter pra te dar meu tempo,</i><br />
<i>e minha inútil compaixão."</i><br />
<br />
<i><br /></i><br />
<i>Goblinwand.</i><br />
<i><br /></i><br />
<i><br /></i>Marcella Whisperhttp://www.blogger.com/profile/15032050750730333474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2283846172050190938.post-46814767241106260462012-04-21T13:18:00.000-07:002012-04-21T13:18:06.891-07:00And whisper: Baby, blind love is true.<div style="text-align: justify;">
E então, hoje pela amanhã acordei não sendo mais eu. Em uma cama que não era minha, habitando um corpo que não era o meu, com os cabelos e as idéias mais embaraçados do que se podia parecer, e vivenciando um mundo que eu jamais havia habitado. E então, eu me encontrava perdida.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É incrível como as coisas e as emoções e as razões modificam-se brutalmente de uma semana para a outra, de um dia para o outro, de uma hora para a outra; assim mesmo, instantaneamente. Ultimamente não tenho conseguido conciliar muito minhas intenções com uma certa constância. As coisas vão se esvaindo, e correndo pelos becos, se escondendo pelos corredores escuros e desertos, e eu vou ficando aqui: sozinha, desolada e com o martírio profundo apunhalando minha mente. E eu choro, até pegar no sono. E acordo, bem estúpida com o rímel pegando até a bochecha, os olhos inchados e o nariz escorrendo. E então eu me levanto da cama, caminho até o banheiro, lavo o rosto e tento acreditar que de fato, a vida é boa, eu sou feliz e não nada que me impeça de ser plena; e então, eu vivo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Goblinwand.</i></div>Marcella Whisperhttp://www.blogger.com/profile/15032050750730333474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2283846172050190938.post-42550812095504974262012-04-18T20:09:00.001-07:002012-04-18T20:09:57.264-07:00Eu não amo ninguém, parece incrível. Não amo ninguém e é só amor que eu respiro.<div style="text-align: justify;">Eu, quase nunca, interesso-me por nada. No entanto, desde o primeiro contato mais íntimo que mantivemos pûde perceber meu encanto por ti florescendo. Sempre fui muito contida, nunca exteriorizava meus pensamentos, ânsias e quereres. Com o passar do tempo fui conseguindo domar essa tal dificuldade que em mim se habitava e me abri mais ao mundo, e a ti, abri-me totalmente,em instantes.<br />
<br />
Não sei se pelo fato de já termos passados por situações e circunstâncias bastante parecidas, ou talvez pela veracidade e constância de nossas trocas de experiência vividas, ou se, tão somente por conta de já termos habitado um ao outro e outras vidas, caso isso exista mesmo. Não sei. Confio em ti. Vejo-me em ti. Sinto-me em ti. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Garoto, nunca desejei tanto a permanência de alguém em minha vida, como peço a ti que o faça. Verdadeiramente. Eu sei que haverá épocas em que eu eu irei surtar, sumir, desaparecer, voltar, florir e renascer e mais uma vez contornar meu círculo vicioso e paranóico - mas eu sei, eu sei quem, sempre estarás aqui, ali ou acolá. Todavia, estarás. Permanecerás à minha espera, para passar-me a mão na cabeça, ou puxar-me pelos cabelos, colocar-me sentada e ditar tuas regras. E eu, o escutarei, hey de obedecer-te, hey de fazer por merecer por em minha vida estares inserido.<br />
<br />
Como já havia dito, eu não sou muito de exteriorizar minhas sensações. Eu quase nunca hey de dizer-te: "irmão, eu te amo!", nem tampouco passarei horas adulando-o e dizendo o quão importante tornastes para mim, mas eu sei, tu sabes: "FILHO DA PUTA, EU TE AMO, CARALHO!" E bem, eu só quero que tenhas conhecimento ao menos que, minimamente, do tamanho, da proporção exacerbada da afeição, carinho e afeto que por ti eu sinto. E bem, eu sempre estarei aqui. Sempre. E juntos estaremos. Sempre, irmão. Não consaguíneo, mas escandalosamente floresce no âmago de meu coração. ♪<br />
<br />
<br />
</div><div style="text-align: justify;"><i>Goblinwand.</i></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
<br />
</div>Marcella Whisperhttp://www.blogger.com/profile/15032050750730333474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2283846172050190938.post-70785640565291350712012-04-16T20:44:00.000-07:002012-04-16T20:44:32.562-07:00Todo mundo tem um ponto fraco. Você é o meu, por que não?<div style="text-align: justify;">"[...] guardo pra te dar, as cartas que eu não mando.</div><div style="text-align: justify;">Conto por contar, eu deixo em algum canto."</div><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E lá estávamos nós: deitados, nus sobre a cama, com os lençóis revirados e amarrotados, ao som do violão e tua entonação afinada e branda, e tua face [...] teu sorriso de menino, teu olhar tão cativante e ferino. Não sei ao certo como tudo sucedeu-se e chegou a este ponto. Mas hoje, agora, neste exato momento, vejo-me perdidamente envolvida e apaixonada por ti, garoto.<br />
<br />
Talvez tivera sido a forma como abordastes-me, o tom rude e embaraçoso, a fala mansa dotada de constância, sua intrepidez ao fitar-me, a forma contida quando me tocas, o abraço penetrante- a estruprar-me a alma, e eu teu cheiro... teu espetacular odor exalando das entranhas, sugando-me a psique.<br />
<br />
Nunca tão rapidamente senti-me envolvida da forma como permaneço perante ti. Confesso, chega a ser patético. Procuro não encarar-te tão a fundo, mas é quase incontrolável esquivar o olhar de ti. Procuro então burlar meus sentimentos e não aparentar tão atônita ao teu lado. Não hey de assustar-te e despejar em ti todo meu encantamento. Jamais. Mas confesso: tens mexido comigo. Bem lá no fundo. No fundo.<br />
<br />
E tu me dizias, com a voz terna e maliciosa, com o sorriso canto de boca "afaste-se! Por hoje é só. E se faço isso, é com a pretensão de que me procures amanhã. [...] Isso não é bom?" Não sei ao certo pelo que encantou-me em ti. Acho que a rigidez e fragilidade simultaneamente. O fato de seres inacessível deixou-me à flor da pele e querer-te e almejar-te e desejar-te mais que minha sanidade pode controlar.<br />
<br />
<br />
<i>Goblinwand.</i><br />
<br />
</div>Marcella Whisperhttp://www.blogger.com/profile/15032050750730333474noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2283846172050190938.post-76866166140153293412012-04-06T09:35:00.000-07:002012-04-06T09:35:59.901-07:00Sorrindo com lágrimas nos olhos, em permanente estado de desequilíbrio.<div style="text-align: justify;">Cá encontro-me eu, mais uma vez, como há tempos não fazia: deliciando-me com a tarde de sol a pino; enamorando o pôr-do-sol reluzente, e escrevendo a mim mesma.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Tudo é tão simples, apalpável e tocante; e emociono-me profundamente com a total delicadeza e doçura de tudo a minha volta. Passo as mãos entre o pêlo empoeirado do cachorro de rua que está a me rondar, as crianças perceptivas, ágeis e dóceis que brincam no balanço, o senhor lanando a bola ao seu animal na cúpula e os casais de namorados com suas juras secretas e nem sempre fiéis fitando atentamente um ao outro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O ambiente é fresco, confortável e acalentador. E em minha solidão calorosa sinto-me plena de afago. Estranho, não? A solidão ser meu porto seguro, meu estado de plenitude e alento; desde sempre.</div><div style="text-align: justify;">Aí então, vai dando esse horário, esse maldito horário entre o término do dia e o assombroso início da noite, onde o clima esfria, o sol de põe, e a solidão vem abraçar-me; e então recordo-me das tardes de domingo em que nos esbarrávamos sempre por querer e nos fitávamos em silêncio, lado-a-ldo inflando nosso sentimento terno.</div><div style="text-align: justify;">Esse horário, o horário mórbido, preenchido de pusilaminidade e desfalecimento, o horário das 18:23p.m, onde capciosamente vou burlando meus espasmos e ânsias e quereres; e transformando-os em estaticidade, estado morno, esquivo e dotado de fugas esplêndidas, porque somente assim consigo por vezes não manter-me com o pensamento tão fixado em ti.<br />
<br />
Aí então levanto-me, ergo a cabeça, ombros alinhados e lentamente tomo meu caminho para casa, à procura de descanso e entorpecentes para boas horas de refúgios inabaláveis em meu sono profundo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">No entanto, não é o que me ocorre. Pois mesmo em estado de transe pela ingestão das drogas que vem acompanhadas com bula, eu não consigo sequer pregar o olho e eu já não suporto mais respirar-te vinte e três horas ao dia. Tem consumido-me profundamente e feito com que o meu coração, o âmago de meu coração supite, transborde em sensações, devaneios e estágios de neurose (os quais tem afetado profundamente meu psíquico).<br />
<br />
Então eu morro, me desfaleço por durante uma hora para não levar-me até você, e assim, minutos após [...] levanto-me e sigo minha vida medíocre e patética de amar-te amar-te de forma extrema pelo resto do dia. Restos [...], restos foi o que sobrou de mim. Somente o pó, os resquícios, o filtro da memória congestionada, as raspas que alimentam-me e me mantém viva, camuflando o ato de eu não sucumbir em existência.<br />
<br />
<br />
<i>Goblinwand.</i></div>Marcella Whisperhttp://www.blogger.com/profile/15032050750730333474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2283846172050190938.post-41639593604747090032012-04-05T16:29:00.000-07:002012-04-05T16:29:31.189-07:00He gets fierce in my dreams [...] Seizing my guts.<div style="text-align: justify;">Juro tê-lo visto hoje, perambulando com teu passo pousado, teu ombro largado e teu andar nada acentuado em uma das ruas desta cidade a qual habitaras há algum tempo. Estremeci toda. Dos pés a cabeça. Do mindinho à ponta quadrupla do meu fio de cabelo. Suei, paralisei, senti um baque e sentei-me. Procurei algum lugar parar apoiar-me e vivenciar todo aquele estado de extasia. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Então dei por mim. Pensei: "cara, ele não está mais aqui. Ele não pertence mais a isso aqui. Ele foi-se e se perdeu de mim."</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><i><br />
</i></div><div style="text-align: justify;"><i>Goblinwand.</i></div>Marcella Whisperhttp://www.blogger.com/profile/15032050750730333474noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2283846172050190938.post-39024779609279072032012-04-05T08:04:00.000-07:002012-04-05T08:04:10.382-07:00Prendia o choro e aguava o bom do amor.<div style="text-align: justify;">Bem, só estou te ligando para comunicar-te uma coisa: embora eu tenha estado bastante ausente e displicente nestas últimas três semanas, posteriores àquela decisão árdua que tomei, não tens noção, ideia ou ciência da luta que tenho vivenciado dia-a-dia, hora-a-hora, a todo instante.<br />
<br />
Eu nunca digo nada, nunca exprimo nada, [...] expresso nada, exponho nada; eu só omito. E quando não o faço, apenas consinto. Não é certo. Não é certo pelo fato de, no liquidificador de minha memória congestionada, meu quereres em colocar tudo à mesa, é suspenso pelo receio de por vezes ferir-te com as duras palavras que tenho a desferir em ti ou pela circunstância de apreensão que sinto por ter que ver-te indo embora mais uma vez.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Não te privo da beleza de sentir, nem tão pouco poupo de em frente querer seguir. Mas me sinto impotente diante disso tudo. Diante da situação que nos fora imposta, dessa particularidade que acompanha tal fato, dessa condição tortuosa e torturante que cada vez mais tem alimentado meu sentimento de vilipendio a mim mesma. Porque eu tenho me deixado, eu tenho me renegado, me desgostado, me amputado. A verdade é que: sem ti, eu tenho morrido, lentamente, fatalmente, displicente e sem querer. Involuntariamente.<br />
<br />
[...].<br />
<br />
<br />
<i>Goblinwand.</i></div>Marcella Whisperhttp://www.blogger.com/profile/15032050750730333474noreply@blogger.com0