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julho 21, 2015

Lirismo da contramão.

Meu trago é minha solidão
Minha solução
Para amenizar esta mente insana
Que não tem conserto, não

Entre um gole e outro
Acrescento mais duas doses
Ninguém há de concordar
O quão nós somos velozes

Guiando o carro noite adentro
Desconsertados, clamemos
Pelo lirismo nada estagnado
Eu quero calar meu surto
Em qualquer boteco sujo e apertado

Falar-te-ei este noite, meu caro
Toda a leveza que meu ser não comporta ser
Falar-te-ei de minhas loucuras
E brindemos ao surto psocodélico
Pelas ruas, nestas desordenadas curvas

O caminho é infnito
E a noite gela nosso espírito
Trazendo um abrigo jamais visto
Em outro gole da mesma dose
Nós sentimos a vida num único e intenso suspiro.


Goblinwand.

maio 26, 2015

Mãos que consertam.

Uns estendem a mão para receber a aliança, outros se desdobram com fervor para atracarem o buquê de flores, outros se debulham em lágrimas pelas emoções ao se depararem com demonstrações de afeto em público, e eu, ora, eu jamais me esquecerei das tuas doces, afetuosas e brandas palavras quando pediu que eu erguesse o pé direito até a cadeira para amarrar a tornozeleira que era meu presente da noite.

Dentre todas os diálogos, madrugadas a fio ao telefone, infinitas conversas, risadas desajustadas, gargalhadas escandalosas e sonhos tão lúcidos quanto a visão plena que estou tendo de tudo agora, a efervescência maior que tocou-me a fundo foi de tuas mãos sobre as minhas, me dizendo: "Olha só, embora eu tenha dito que você deveria comigo pegar teu presente, somente no caso de na semana que vem vir a passar meu aniversário comigo, aqui está ele. Eu o trouxe, pois independente de você estar junto de mim ou não nesta data, não diminuirá em nada o sentimento que tenho por você. Portanto, eu o darei a você por tudo até aqui vivido e pelas 137 horas que faremos esse dia durar". Pude, então, naquele instante cintilar-me por dentro de tamanho contentamento. Então, eu a beijei.

Pessoas chegam, outras se vão, algumas fazem moradia e procuram permanecer, entretanto, outras que partiram, às vezes retornam. Retornam e nos renascem. Florescem. Remanejam. Recriam e nos levitam o ser de forma indescritível, formidável e extraordinária. 

Um sentimento tão arrebatador e concomitantemente dotado de leveza estremeceu-me o ser quando, então, pude constatar a imensidão do espectro e sensações que tudo até então fora vivido e vivenciado vinha me causando e ainda vem arrebatando-me a alma. Entrego-me a essa leveza plena que nutre meu ser dia a dia, hora a hora, e a cada segundo de minha existência que profundamente espiro o ar levando-o até meus pulmões.

Obrigada por existires, por renasceres e por retornares. Obrigada por simplesmente conseguir dialogar comigo através da nossa pacífica e transcendente troca de olhares.


Goblinwand.

maio 17, 2015

Sete vidas.

Foram tempos tão cruéis e consternados, que sequer me dava conta da doença árdua e pungente a qual eu vinha carregando sobre meus ombros já saturados. Foram tempos cruéis tanto para mim quanto para você, que também se colocava à mercê de tantos tropeços que insistiam em lhe causar desordenado desprazer. Noites inócuas e medíocres, ao relento, sangrando em dor, clamando por amor e a única recompensa de tanto quereres que de mim partia, era teu repúdio e distrato total do que eu tinha a oferecer-lhe em madrugadas tão frias.

Somente eu sei a imensidão da dor amargurada e astuciosa a qual senti todas as noites trancafiada em meu quarto, entre estas alaranjadas paredes, condecoradas com musicalidade e desolação. Somente eu sei o tormento arrebatador do tic-tac do relógio insistente a bater, espancando-me a alma e o ser a cada segundo que o ponteiro ordenadamente corria. Somente eu sei como foi difícil sustentar a aparência de uma leveza inabitada em meu ser, fazendo com que todos à minha volta viessem a crer que não havia nada a me embrutecer. Somente eu sei o que foi deparar-me, após meses escondida, aquela rosa em comemoração de um ano do amor e também despedida, em cinzas tão tenebrosas e sofridas. Foram meses de morte. Dias de luta diária. Minutos que sangravam-me a alma. E segundos que se arrastavam de forma áspera e assoberbante.

Sabe, eu precisei tocar a morte, sugar o sangue a cada corte e lidar com toda desgraça e desventura para retornar-me de forma tão plena e revigorada. Eu morri. Todo este tempo eu simplesmente me mantive ali, à espreita da ruína, do pesar, do aniquilamento, alimentando-me do morticismo. Porém, quando renasci, com total vigor e amor pelo sentimento célebre de tudo que retornei a sentir e tocar, pude, então, constatar que não necessitava de nada além de mim para que deleitasse de forma plena à vivacidade do ser eterno, juntamente com os sentidos da palpitação; notei, então, que bastava somente a mim para que minha serenidade e bem-aventurança permanecessem sem ninguém para desordená-la.

E agora, então, finalmente consigo aspirar profundamente ar para os pulmões com total tranquilidade e alívio no peito, sem sofrer taquicardia a cada embeber de oxigênio para alimento do ser. Revigorei. Renasci. Evidenciei. E, então, não mais permitirei-me cair.


Goblinwand.

maio 03, 2015

Pedra, Flor e Espinho.

Por que? Por que sempre há de haver porquês? Por que de tanto por que? Eu não sei. E não pretendo descobrir, pois junto de mim agora, o lema é apenas o sentir. Toda a sustentação que as circunstâncias da vida me levaram a chegar onde hoje me encontro, foi uma luta árdua para a retirada do peso que por um bom tempo eu carregava sobre os ombros. 

Não há como se dar receita ao outro a respeito de formas de superação, ou sobre como instruir-se a dar o primeiro passo e aprender a caminhar novamente, ou como simplesmente retirar os escombros dos ombros, reerguer-se e desatar o laço do passado que ainda tem permanecido presente. Isso é tarefa personalíssima, intransferível e de caráter pessoal. No entanto, as circunstâncias ao nosso redor por vezes se mostram tão desastrosas e doloridas, que a ânsia que possuímos por nos debruçarmos ao lamento e remoer todo o pavor da dor acaba sobressaindo-se em relação à facilidade, que de fato é, olhar ao redor e aprender, realmente, a usar o olho calmo.

Eu estava no poço. No fundo dele. E lá me mantive por dias, meses - meses de lamento e pura dor. Todavia, surrada e abatida pelos tombos diários a cada amanhecer, ao impor a mim mesma uma faxina sentimental e reagrupamento de prioridades pude olhar para mim mesma, e constatar que a cura para toda lástima sentimental se encontrava bem aqui, no amor por mim mesma que eu havia esquecido de nutrir devido ao vício em alimentar o outro.


Goblinwand.

Eclipse oculto.

Quando estirada ao chão eu me encontrava, por diversas e consecutivas vezes, apreciando o luar ou o nascer do sol, ao som de Cazuza cantarolando: "viagens tão óbvias, loucuras tão sóbrias, de um iniciante" e ao fundo aquele blues, eu me permitia transportar para o outro lado, um mundo onde não havia pecado, erros, casos fortuitos ou lamentos; eu apenas me deleitava aos prazeres que minha mente conseguia fragmentar em, de fato, loucuras sóbrias.

Foram noites e noites em claro, alimentando em meu ser uma vontade enorme de transportar-me a lugares inabitáveis de minha mente e à entregas tão súbitas que não me dariam margem de espaço para auto questionamento e infinitas indagações de porquês, pois, apenas daria o salto e vivenciaria o instante. E foi então naquela noite de total entrega da alma e do corpo, que pude sentir meu corpo trêmulo no chão e tua boca extraordinariamente quente e tão selvagem me devorando.

Se os cômodos daquela casa dissessem algo, ao delatarem o que presenciaram em algumas horas daquele dia, certamente diriam jamais terem visto desbunde e volúpia tão ardente. Teus olhos que inebriavam, teu toque que acariciava, as marcas pelo corpo deixadas e um sentimento tão grandioso e repleto de leveza, misturado a um toque abundantemente desembaraçado.


Goblinwand.

abril 23, 2015

O esforço pra lembrar, é a vontade de esquecer.

Acolhamos então, a poupa, o interior do sentimento tão dotado de pureza e limpidez que juntos vivenciamos. Não sejamos hipócritas ao ponto de quando questionados formos a respeito do porquê de nosso rompimento, jamais respondamos que por ventura, “não deu certo”. Por favor, não sejamos hipócritas! Obviamente deu certo. Durante todo o tempo, lado-a-lado, caminhando junta e unicamente para modo de nutrirmos toda essa beleza que foi – aliás, não hey de usar suposições pretéritas, pois ainda é – o nosso amor. Deu certo, ora! Fora deveras tudo muito belo, unívoco e singular.

Eu pude certamente entregar-me a tudo que tinhas a oferecer-me, e sem receio algum, o fiz – doei-me completamente a você. Experimentei sensações, provei de prazeres que cogitava inexistentes; eu pude sentir todas vibrações, tremores, terremotos e palpitações. Bem, literalmente estremeci-me a teu lado, a todo instante que juntos permanecemos.

Oh! Doamo-nos um ao outro de uma forma surpreendente, explosiva, conjunta e complacente. E hoje, para mim, (...) bem, não deves ter sequer a noção do quão difícil é para mim encará-lo frente-a-frente e burlar, através de meios capiciosos maneiras de manter-me rígida diante de ti. Mostrar-me displicente a tudo que passamos e tentar agir com a maior naturalidade já vista. Não tens idéia. Dói-me nas veias.

Como? Explica-me! Como posso eu, olhar para alguém que tanto amei, tanto almejei e de forma ultrapassada e extrema quis junto a mim, simplesmente virar e indiferentemente vir a soltar um “olá, tudo bem?” – patético! Incrivelmente patético, deplorável.

 
Goblinwand.

O retorno.


Pois então, passados mais de dois anos em total abandono com o antes-das-seis, decidi de súbito: retornarei! Com o apoio e instigação de uma grande amiga, Jey, cá estou eu, de volta aos escritos - já que o mesmo é a forma mais exata e libertadora de eu me exprimir. O seguinte texto fora escrito há muito tempo atrás, há anos, para ser mais exata. No entanto, não havia o exposto a ninguém.



23/03, como vão as coisas de mês em mês?

"Depois de meses distanciados, sem manter qualquer tipo de contato que seja, cá estou eu, na porta da casa do sujeito, às exatas 02:23 a.m, cai uma chuva ensurdecedora; não sei se contenho meus tremores, desembaço o vidro do automóvel ou controlo a respiração ofegante - estimulada pela tensão das circunstâncias.

Não sei o que faço, pareço uma estúpida no interior desse carro, pensando no que fazer, como agir e em mil hipóteses e cogitações do que falar. Ir ou não? Meu Deus, eu vou embora! Caso eu adentre em sua casa, o inferno vai retornar-se ao seu estado de euforia novamente, e o vulcão que até então aparentemente adormecido se encontrava, vai entrar em erupção e deveras não sei se suportarei este piteco no coração; já abalroado por tantas vezes.

Eu entro? Eu permaneço aqui? Eu vou embora? Eu subo com o pretexto de que fui entregar-lhe alguns pertences seus que ainda permaneciam comigo ou aumento "How I Wish You Were Here" que toca na estação e deságuo em pratos? Sufoca-me! Meu Deus, eu vou subir! Vou tocar a campainha de seu apartamento, sei que ele há de atender da mesma forma com a qual sempre recepcionava-me e da maneira como nos despedimos: Trajando aquela cueca baixa, com listras coloridas e etiqueta dobrada. A cara, amarrotada de algum porre da noite passada, acompanhada por um hálito indubitavelmente alcoolizado e entorpecente, e para acabar de abarrotar-me de uma vez, teu cheiro [...] O teu cheiro, que inda permanece impregnado em minhas entranhas. 

Chega de divagar! Basta! Ou adentro, arrebento e sustento toda a situação ou morro de desejo e dou-me por fracassada e arranco com o carro e parto para algum lugar! [...] Respire, expire, respire. 

Saio do carro, a chuva forte, estou ensopada; ainda possuo as chaves da porta da frente, e assim como elas eu também o desejo da mesma forma: Para todo sempre. Adentro, subo as escadas, os degraus mais dolorosos da minha vida. A cada escalada, sinto como se uma adaga perfurasse minh'alma. Silenciosamente vou despindo-me pouco-a-pouco, calmamente. Faz frio, estou trêmula, gélida e completamente encharcada. Nesse vai-e-vem, fica, volta e "de-mais-nada-sei", o relógio, que encontra-se embaçado e já quase parando, o pino já andando desacelerado... marca então, 03:32 a.m.

Pronto, cá estou eu, defronte à porta da sua casa, da nossa vida, e que, um dia também chamamos de nosso lar. Então eu toco a campainha, finalmente. Com toda a intrepidez que há em meu ser, eu dependuro meu dedo naquele botão. Você não atende. Ótimo! Ao menos não ficarei plantada à sua frente sem sequer um argumento plausível a dar-lhe por qual motivo, então, ali me encontrava. Não quero ter que encará-lo, não suportaria.

Desço um, dois, quatro degraus. Suspiro e dou mais um passo abaixo. Lentamente a porta se abre. É você, Você, bem ali. O vejo de relance, já que me encontro de costas. Tu respiras fundo, quase que sinto teu ser junto ao meu. Você então, com a voz entonada que possuis, dirige-me à palavra: "Mulher...?!"; estremeço-me e respondo-lhe: "É... bem, eu... Na verdade não era... Bem [...]." Nada sai, não consigo dizer sequer um nada. Como já era de se esperar.

E você, com seu ar despretensioso, sorri totalmente desarmado e indefeso e me diz: "Eu esperei. Eu sempre te esperei, mulher! E veja só, aqui se encontra você, bem à minha frente, mesmo depois de tantos anos consigo sentir que tu ainda sentes".


Goblinwand.

março 03, 2013

Canibais de nós mesmos.


Matei-me esta noite. De forma tão brutal quanto à última vez em que fui matada, assassinada, tendo a alma esquartejada e mantida por séculos em vilipêndio profundo. Sentindo todo o peso do mundo. Queria eu não queixar-me demais, exigir demais, sentir demais. No entanto, isso não cabe a mim. Transborda de meu ser involuntariamente. Quando vejo-me, lá estou eu mais uma vez: Com a vida estagnada, a aparência amarrotada, e a vida sendo levada... Levada ao fundo do poço, cometendo suicídio por doar-me a qualquer moço.
Não tenho suportado mais o fato de tanto pensar. Dói-me. Dói-me amargo feito fel. Sinto-me presa numa torre, sendo julgada como um revel. E para não doer, eu me dôo. Ambiguamente. Dôo-me por doar-me. E dou-me por tanto doer. E sendo assim, mato-me hora-a-hora do meu viver.
Tornei-me um tanto quanto pesarosa de alguns bons anos para cá. E será que realmente “toda dor vem do desejo de não sentirmos dor?” Eu não sei, vai ver que sim, vai ver que não, só sei que tudo isso apenas dói e sangra em mim.
Não durmo há algumas noites já. Semanas, talvez. Para não parecer tão monstruosa a ponto de espantar os demais, privo-me da sociabilidade. Trancafiada permaneço por dias neste quarto de pensão. Barato, horrendo, imundo... E eu aqui ainda, me mantendo. Não possuo família, tampouco parentes. Amigos? Oh, estes já se encontram tão ausentes. Não tive filhos, matei meus pais – em mim. Não tive sequer um gato peludo pra nomeá-lo como “Xanin”. Vida prostituta essa minha. Tanto quanto eu, deitando-me a cada noite com qualquer ser vil e abjeto que algo me interesse por aí. Vago, todas as noites. Incrédula e mal-amada. Correndo atrás de qualquer um que me faça atiçada.

Estou morrendo. Sem gramas, sem dramas. De fato estou a caminho de repousar-me numa lápide talhada à lata. Barata, barata. Não como há dias, me mantenho somente cercada desse uísque vagabundo e barato e maços de cigarro, que tornaram-se meus fiéis aliados nesta luta contínua e sanguinolenta. Escrevo, escrevo, escrevo. E morro em desespero. A casa palavra verbalizada, a cada dizer proferido, eu transporto minh’alma a outro mundo; dos incompreendidos.

O cigarro trago-o fulminantemente, em total desespero. Pouco degusto-o, e logo se esvai todo o gás do isqueiro. Meu peito dói. Meu peito chia. Meu peito queima. Meu ser se esvazia. Estou morrendo. Estou morrendo seca e abandonada. Jogaram-me ao léu... Desgraçaram-me e me mantiveram vilipendiada. Eu estou morr-r-r-r... Morrendo.
Adeus, adeus, meu grande amor. Só quero que saibas que fora por ti que tudo isso se arruinou. Ao almejar-te, joguei-o para longe de daqui. Não soube cuidá-lo, então matei-o em mim. Adeus, adeus, meu grande amor!

Goblinwand.


setembro 07, 2012

A felicidade é uma mentira, e a mentira é salvação.

Junto à bagunça do meu psicológico mais que abalado, agora dei também para badernar o coração. Que coisa, não? São pessoas entrando e saindo e cruzando e partindo, sempre partindo de minha vida. Ou na verdade, quem as despede sou eu? Não tenho conseguido, não tenho me permitido a sociabilidade, o contato humano com tamanha profundidade, pois simplesmente não cabe mais a mim e nem a você, aí estirado em seu sofá, deprimido e mantido em vilipêndio, bêbado e esquisofrênico pelo fato do meu desequilíbrio emocional. 

Não tenha a intenção de supor o céu e oferecer-me laços invisíveis existentes somente a teu olhar. Não queira desbravar, evocar, contemplar-me ou simplesmente cogitar a possibilidade de fazer-me feliz. Não, não, não. Desde já adianto-lhe: não vou me adaptar! Eu vou proporcionar a você, somente aquilo que eu achar que de fato convém a mim.  

Creio eu, que não seja tão complicado e dolorido assim viver pra si, não é mesmo? Ainda mais no meu caso: que passei quase que toda uma vida trilhando pelo caminho da solitude. Não é triste, não é fúnebre, nem auto-desprezo. No entanto, é pecado. É perversão. É vicioso. 
E o que é pecar? Faltar com alguma regra moral? Deixar de prestar um dever social? Poupe-me, afabilidade realmente é algo que anda bastante de esquerda comigo. E desgraçadamente o único mal que tenho conseguido é estar voltada para o meu umbigo.


Goblinwand.

agosto 26, 2012

Desalento.

O infindável clichê "pois é"
Pois é
"E agora, José?"

O que faremos quanto a isso?
Já não importas para mim
Não perco-me mais em teu eterno sumiço

E isso?
Para que tudo isso? 
Além disso
Não há se quer, algum compromisso

Laços desataram-se
Noites que se desvaliram
Junto às nossas juras que acreditávamos ser eternas
Também se suprimiram 

E agora, rogo a quem?
Não tenho a Deus, nem a ti, nem a ninguém
E agora, por onde ando?
Se tudo o que enxergo à minha frente, sou somente eu; miserando

E isso?
Para que tudo isso?
Para que tudo lá?
Se em breve, toda a febre 
Uma hora há de passar

Adeus, Deus! E a ti
- Deus deu a adeus a ti
A mim
A nós

Hoje estamos a sós
Eu comigo
Tu contigo
Nós em total desabrigo.


Goblinwand.