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agosto 26, 2010

Nenhum sofrimento me comove, nenhum programa me distrai,

(...) eu ouvi promessas e isso não me atrai.


A cada lágrima que rola do meu rosto o rímel barato e descartável insiste em eliminar-se também. Minha vista pesa, meu corpo dolorido pede arrego, minha mente clama por descanso. Há semanas não prego o olho e isso tem feito com que eu me sinta um lixo humano. Durmo tarde, acordo tarde e vegeto o dia todo. Durante as madrugadas caminho pelas ruas desertas e gélidas desta cidade imunda acompanhada comigo mesma, volto para casa, acendo um cigarro, passo um café e fico sentado sobre o chão da varanda pensando, escrevendo, meditando, analisando e corroendo. Corroendo. Remoendo. Mergulhando.







(...) eu não quero mais viver,
eu quero ser um vegetal,
nada, não sinto nada,
não tenho nada,
não ouço nada.

eu quero ser um vegetal,
e cortar os meus pulsos com uma gilete,
eu quero uma faca, faca, faca, faca, faca.

tomar comprimidos pra dormir e não acordar,
nada,
não vejo nada,
não ouço nada,
não espero nada.

Goblinwand.

Hoje a tristeza não é passageira, hoje fiquei com febre a tarde inteira.

__"O que há contigo?"
__"Amargura".
__"E qual o motivo dessa tal "amargura"?
__"É. O pior é isso. Eu não sei".
__"Não sabes?"
__"É uma dor que dói no peito..."
__"Poetizando?"
__"Não! Brincando de viver! Posso dormir agora?"
__"Descanse em paz!"


Goblinwand.

Não são só memórias.

Há um vão entre nós; "um calo, uma casca, uma cápsula protetora", e na realidade eu preferiria que isso fosse ausente. Estou tão acumulada de rancor, dor, impurezas e frieza que chega a corroer-me na boca acre sabor disso tudo. Eu queria amá-lo. Amar mesmo. De sentir, tocar, dar palpitações, frio rugir na espinha, noites sem sono no abandono ansiando para revê-lo e todas essas coisas babacas, melosas porém lindas e óbvias que se sente quando se ama.
Não tenho sequer idéia da última vez em que me vi meio "dawn" agarrada em pensamentos, presa em encantos por alguém. Talvez há alguns cinco, seis ou quem sabe há sete anos atrás. Sou difícil, dura e bastante rígida comigo mesmo, e meu maior pânico, medo ou temor é de envolver-me e realmente apegar-me. Contraditório, não? Hora almejo querer, hora suplico para me abster.

"Eu sou uma contradição, e foge da minha mão fazer com o que tudo o que eu diga faça algum sentido".


Goblinwand.