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fevereiro 14, 2010

Fera ferida.

Acabei com tudo
Escapei com vida
Tive as roupas e os sonhos rasgados na minha saída
Mas saí ferido, sufocando meu gemido.


Acordei hoje sem próposito algum. Domingo, carnaval, calor, tédio, quarto escuro e quente, destemido. Deveras encontrei-me desalojada de tudo hoje. Não havia programa, pessoa, conselhos ou dizeres que pudessem modificar meu estado de espírito. Nada, nada, nada.
Pela manhã o peito encontrava-se em destroços, fervorozo, estremamente quente e comigo não havia nada nas mãos, apenas a vaga lembrança de que não passara a noite a meu lado. Uma noite, mais uma noite que dará origens a várias outras noite de mim sem ti. Hoje eu realmente não me sinto bem e muito menos comigo mesma para início de conversa. Levantei-me, olhei no espelho nem minha alma estava ali estampada - ainda vagava por aí sem rumo. Olho esquerdo, direito, nuca suada, mãos gélidas, cabeça confrontuosa, malícia liquidada. É calor, dor, amor, rancor, sabor, fervor - não mais. É.


Goblinwand.

Como beber dessa bebida amarga?

Tenho algo a lhe dizer
Que não será fácil de se compreender
Mas peço que ouça-me, e tente se conter
Sei que palavras me faltarão
E tudo o que eu expelir poderá abalar nossa relação.



Ouça, nunca estive realmente envolvida contigo e nem ao menos sei dizer-lhe porque motivo dei início a essa relação, não mesmo. Eu queria poder dizer de peito aberto, sem medo, pudor ou receio tudo que me vem à cabeça e sempre omiti diante de você, mas não posso nem ao menos atrever-me. Pois estarei sendo cruel demasiadamente para contigo e não mereces tantas palavras duras que tenho a expor.
Não irei dizer que "tudo foi bom enquanto durou", pois além de dissimulada eu estaria agindo contra meus princípios e além disso, abalando a ética moral que torna-me uma pessoa mais humana e digna de humanismo, mas isso não vem ao caso. O que tenho a apresentar-lhe são apenas tópicos superficiais do que eu realmente tenho a lhe dizer.
Primeiramente, estou rompendo nossa relação que diga-se de passagem não é nada amorosa. Em segundo lugar, estou desatando qualquer elo feito por nós no passado, e em terceiro, não omitirei a inverdade de que "podemos ser apenas bons amigos daqui para frente", não, não e não. Não lhe quero próximo a mim por tempo indeterminado. Não me fazes nada bem, és intragável para mim; e quando digo "intragável" não descende de ser uma má pessoa ou algo do tipo, muito pelo contrário. Acho que o fato de eu não querê-lo por perto é para não sentir-me envergonhada ao ver-te, mas não por ti e sim por mim. Creio que eu possa realmente estar agindo de forma fria, calculista e precisa, mas saiba, que tudo isso é para nosso bem. Principalmente para o meu - egocentrismo? Que seja. E quanto à vergonha que fora dita é relacionada à minha pessoa, à minha incapacidade quando ser humano de não aprender a doar-me, entregar-me e mais que isso, confiar em alguém.
Não prolongarei mais, isso de certa forma está tornando-se algo torturante para mim e não devia ser já que a meu ver tornou-se uma espécie de desabafo. Mas é basicamente isso que tenho a lhe dizer: Rompemos nossas relações, e daqui pra frente cada um segue o seu rumo - você pra lá e e eu para onde a brisa do vento tocar.
No more.


Goblinwand.