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maio 03, 2015

Pedra, Flor e Espinho.

Por que? Por que sempre há de haver porquês? Por que de tanto por que? Eu não sei. E não pretendo descobrir, pois junto de mim agora, o lema é apenas o sentir. Toda a sustentação que as circunstâncias da vida me levaram a chegar onde hoje me encontro, foi uma luta árdua para a retirada do peso que por um bom tempo eu carregava sobre os ombros. 

Não há como se dar receita ao outro a respeito de formas de superação, ou sobre como instruir-se a dar o primeiro passo e aprender a caminhar novamente, ou como simplesmente retirar os escombros dos ombros, reerguer-se e desatar o laço do passado que ainda tem permanecido presente. Isso é tarefa personalíssima, intransferível e de caráter pessoal. No entanto, as circunstâncias ao nosso redor por vezes se mostram tão desastrosas e doloridas, que a ânsia que possuímos por nos debruçarmos ao lamento e remoer todo o pavor da dor acaba sobressaindo-se em relação à facilidade, que de fato é, olhar ao redor e aprender, realmente, a usar o olho calmo.

Eu estava no poço. No fundo dele. E lá me mantive por dias, meses - meses de lamento e pura dor. Todavia, surrada e abatida pelos tombos diários a cada amanhecer, ao impor a mim mesma uma faxina sentimental e reagrupamento de prioridades pude olhar para mim mesma, e constatar que a cura para toda lástima sentimental se encontrava bem aqui, no amor por mim mesma que eu havia esquecido de nutrir devido ao vício em alimentar o outro.


Goblinwand.

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