Total de visualizações de página

maio 03, 2015

Eclipse oculto.

Quando estirada ao chão eu me encontrava, por diversas e consecutivas vezes, apreciando o luar ou o nascer do sol, ao som de Cazuza cantarolando: "viagens tão óbvias, loucuras tão sóbrias, de um iniciante" e ao fundo aquele blues, eu me permitia transportar para o outro lado, um mundo onde não havia pecado, erros, casos fortuitos ou lamentos; eu apenas me deleitava aos prazeres que minha mente conseguia fragmentar em, de fato, loucuras sóbrias.

Foram noites e noites em claro, alimentando em meu ser uma vontade enorme de transportar-me a lugares inabitáveis de minha mente e à entregas tão súbitas que não me dariam margem de espaço para auto questionamento e infinitas indagações de porquês, pois, apenas daria o salto e vivenciaria o instante. E foi então naquela noite de total entrega da alma e do corpo, que pude sentir meu corpo trêmulo no chão e tua boca extraordinariamente quente e tão selvagem me devorando.

Se os cômodos daquela casa dissessem algo, ao delatarem o que presenciaram em algumas horas daquele dia, certamente diriam jamais terem visto desbunde e volúpia tão ardente. Teus olhos que inebriavam, teu toque que acariciava, as marcas pelo corpo deixadas e um sentimento tão grandioso e repleto de leveza, misturado a um toque abundantemente desembaraçado.


Goblinwand.

Nenhum comentário:

Postar um comentário