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agosto 04, 2010

Como a gente achou que iria ser.

Mudei tanto. Absurdamente. Chega a ser inacreditável a forma bruscas que se deu para que eu me tranformasse no que hoje sou: um cinza. Eu saio, danço, rio, papeio, delato casos, faço confissões, me arrependo, beijo meu melhor amigo em festas por não me interessar por ninguém, paparico minhas amigas e escondo das mesmas que seus namorados as traem, permaneço 23 minutos sobre um formigueiro e nunca digo a verdade sobre mim; eu nunca transpareço. Mas existo embora eu não viva.
Já me cansei de sair só, pela noite a caminhar sem destino contando os passos e procurando os possíveis "se": "Ah, mas se...", "Se eu tivesse dito...", "Se eu tivesse feito", "Se eu não omitisse", "Se... eu morresse hoje...". É. Estou cansada. Exausta dessa vida que não me proporciona prazer algum, exausta da falta do que falar das pessoas, exausta da monotonia, exausta das minhas insatisfações e também do que eu me tornei: "o" cinza. E Renato já dizia que: "a escuridão ainda é pior que essa luz cinza, mas estamos vivos ainda". Viva mas não vivendo, e há como existir uma fase mais desgastada que esta? Morna, insolúvel, intocável, paralisada no tempo? Às vezes penso qu viver da escuridão é uma opção mais válida. Em relação, claro, à vida cinza. Se é pra viver realmente que seja intensamente. Nada de meios termos - ou morre de prazer ou vive para morrer mas que seja na escuridão, e não degustando dias nublados, assombrandos e estar sozinha apreciando tudo isso da jenela do meu quarto.
A vida é. Ela simplesmente é. E basta que somente você aí queria mudá-la. Não adianta "empurrãozinho" de ninguém nem tampouco estímulo, pois depende só e somente de ti.


Goblinwand.

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