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julho 21, 2010

Acordando e levantando. E esquecendo-se também.

Acordei e só para variar, recusei a levantar-me. Permaneci ali, estirada àquela cama gigante de um hotel que eu nem me lembrava onde se situava, em um quarto em que eu jamais tivera visto anteriormente, ao lado do desconhecido mais lindo do mundo, e o mesmo encontrava-se nu, ali, ao meu lado, na mesma cama e respirando fundo enquanto dormia.
Levantei-me, pé direito - pé esquerdo, pisei no chão. Fui até o banheiro, tomei uma ducha rápida, lavei os cabelos, sentia-me limpa. Caminhei até o quarto novamente. Amnésia? Simplesmente não me recordava de nada. Nada, nada, nada. Boa noite cinderela, Bela Adormecida? Nada. "Só lembro com exatidão - o copo, o sal e o limão, e depois meu trapézio no ar". Bebida dos Deuses. Algumas muitas doses duplas de tequila no bar do Hotel, lá embaixo, no térreo. Vagas lembranças, e de minuto a munito, segundo a segundo - "O que faço aqui? Como vim parar neste lugar? Não me lembro dele, de nada. Nada." Embora, ele fosse o desconhecido mais bonito do mundo.
Beijei-o à testa, e desci. Desesperada, pelo fato de não recordar-me de nada mas mantendo a postura ereta e tratando a situação com naturalidade. Dei-me de topa com alguns conhecidos pelo elevador, pelas salas, e algumas também no rool de entrada.
Saí então do hotel. "Táxi! Táxi!". Adentrei ao veículo - " Zontesco, Avenue Limedicine, ed. Bloom, ap. 92". Lá fomos nós, aproximadamente duas horas e meia de viagem. Silêncio profundo declarado dentro do carro. Enquanto isso eu martelava in my head again - "WTF? O que eu fiz?". Nada, não me lembrava de nada, e sentia-me furiosa por tal situação. Chegamos então, desci, paguei-o pela corrida, abro a porta, preparo algo pra comer, enquanto isso outro banho, desta vez regado à vinho branco, um black, e interrogações. Saí do banho, sentindo-me novamente mais limpa, mas o acre sabor na boca ainda incomodava-me. Degustei. Comi. Devorei. Então entopi-me de entorpecentes dados pela vizinha neurótica, e desmaei ali mesmo, no tapete da sala. Acordei então só no outro dia. Com uma expressão mais jovial, um ar sereno, uma graça dada. Apaguei o que atormentava-me. Não me recordava de nada. Desta vez nem mesmo da noite passada ou da corrida de táxi, ou das interrogações ou da refeição feita ao chegar em casa. Nada.
E como delatei isso aqui? Talvez tenha sido o "eu" do desconhecido mais bonito do mundo que tivera alojado momentaneamente em meu subconsciente.


Goblinwand.

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