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julho 19, 2010

Com quem você quer falar por horas, e horas, e horas?

A solidão sempre me agradou. Acompanhada por um bom vinho, música francesa aumentada no volume 23, uma caderneta rabiscada e alguns cigarrets.

- "Bem, então somos namorados?"
- "Não, não somos. Nunca disse isso. Aliás, apenas nos relacionamos."
- "Relacionamos? Estamos juntos a seis meses, e desde então dormimos juntos todas as noites, almoçamos diariamente no mesmo horário naquele mesmo restaurante, e você, você tem se aberto para mim o tempo todo. Sei coisas a seu respeito... que, não, não, não! Apenas nos relacionamos?"
- "Algum dia pedira-me em namoro? Algum dia firmamos um relacionamento? "Ah, estamos namorando, estamos noivos, casados, quem sabe...". Não, nunca. Também assim nem quero. Não me agrada, não me palpita, não me proporciona tesão. Não."
- "És amarga, fria e doce!"
- "Sou fel, gelo e mel." (risada displicente).

A solidão depois disso ainda continua sendo minha fiél escudeira, parceira inseparável. Não cobra-me nada (a não ser plena devoção), não chateia-me, não palpita, não sufoca-me e nem sequer priva-me de algo (a não ser da privação de abandoná-la). Mas quanto a isso, xá pra lá.


Goblinwand.

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