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julho 19, 2010

Coinci-dências.

O amor não existe. Apenas a coincidência.
Coincidiu de estarmos lá - 23 de maio, naquela noite, naquele bar, naquele cenário, debruçados sobre o balcão degustando o acre sabor de um absinto tão amargo quanto o fel.
Coincidiu de estarmos lá - 23 de maio, eu nada sóbria, você totalmente desprovido de caráter - eu não parava de falar, incrível. Enquanto você fitava fixadamente teus olhos em meus lábios, e como eu gesticulava, e ria, e delatava, e me senti plena. Instantaneamente me senti plena diante de ti. E você, totalmente desprovido de caráter.
Coincidiu de estarmos lá - 23 de maio, lugar aconchegante, música boa. Lembro-me nitidamente o balanço suave do som. Não me falha a memória, "Light My Fire - The Doors"; e eu me balançava, eu me requebrava, poses, sorrisos, sensualidade e muita ânsia de devorá-lo. Bem a fundo.
Coincidiu de estarmos lá - 23 de maio, você acenou, eu correpondi com uma piscadela. Levantou-se, fez algum gesto e retirou-se do recinto, eu, logo atrás. E nesse meio tempo as coincidências finalmente se coincidiram - você para a direita e eu para esquerda. Cada um seguiu seu caminho, traçou seu rumo e andou sob os trilhos de seus metrôs. E com um belo sorisso nos lábios, novamente ele piscou e foi-se como uma folha seca no outono.


Goblinwand.

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