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agosto 26, 2010

Nenhum sofrimento me comove, nenhum programa me distrai,

(...) eu ouvi promessas e isso não me atrai.


A cada lágrima que rola do meu rosto o rímel barato e descartável insiste em eliminar-se também. Minha vista pesa, meu corpo dolorido pede arrego, minha mente clama por descanso. Há semanas não prego o olho e isso tem feito com que eu me sinta um lixo humano. Durmo tarde, acordo tarde e vegeto o dia todo. Durante as madrugadas caminho pelas ruas desertas e gélidas desta cidade imunda acompanhada comigo mesma, volto para casa, acendo um cigarro, passo um café e fico sentado sobre o chão da varanda pensando, escrevendo, meditando, analisando e corroendo. Corroendo. Remoendo. Mergulhando.







(...) eu não quero mais viver,
eu quero ser um vegetal,
nada, não sinto nada,
não tenho nada,
não ouço nada.

eu quero ser um vegetal,
e cortar os meus pulsos com uma gilete,
eu quero uma faca, faca, faca, faca, faca.

tomar comprimidos pra dormir e não acordar,
nada,
não vejo nada,
não ouço nada,
não espero nada.

Goblinwand.

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