(...) eu ouvi promessas e isso não me atrai.
A cada lágrima que rola do meu rosto o rímel barato e descartável insiste em eliminar-se também. Minha vista pesa, meu corpo dolorido pede arrego, minha mente clama por descanso. Há semanas não prego o olho e isso tem feito com que eu me sinta um lixo humano. Durmo tarde, acordo tarde e vegeto o dia todo. Durante as madrugadas caminho pelas ruas desertas e gélidas desta cidade imunda acompanhada comigo mesma, volto para casa, acendo um cigarro, passo um café e fico sentado sobre o chão da varanda pensando, escrevendo, meditando, analisando e corroendo. Corroendo. Remoendo. Mergulhando.
(...) eu não quero mais viver,
eu quero ser um vegetal,
nada, não sinto nada,
não tenho nada,
não ouço nada.
eu quero ser um vegetal,
e cortar os meus pulsos com uma gilete,
eu quero uma faca, faca, faca, faca, faca.
tomar comprimidos pra dormir e não acordar,
nada,
não vejo nada,
não ouço nada,
não espero nada.
eu quero ser um vegetal,
nada, não sinto nada,
não tenho nada,
não ouço nada.
eu quero ser um vegetal,
e cortar os meus pulsos com uma gilete,
eu quero uma faca, faca, faca, faca, faca.
tomar comprimidos pra dormir e não acordar,
nada,
não vejo nada,
não ouço nada,
não espero nada.
Goblinwand.
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