Hoje sequer saí do quarto. Aliás, aqui ultimamente tem sido meu asilo, refúgio, abrigo e é desta forma que pretendo manter-me daqui para frente. Algumas coisas mudaram em minha vida; na verdade algumas muitas coisas. Por exemplo, resolvi libertar-me de todo mau que assombrava-me: ofensas mórbidas vindas de pessoas a quem eu realmente idolatráva, amizades que determinei colocar um ponto final devido à mentiras, dissimulações e ficções advindas de insanidade patológica, pessoas mesquinhas e vis que transitavam frequentemente a meu redor, indivíduos que sufocavam-me com tanta morbidez, desalento, desafeto e principalmente de mim mesma, do que eu era, do que sempre almejei ser e que com tanto esforço tornei-me: um lixo, um ser desprezível e mesquinho.
Gostaria antes de tudo dar ênfase ao último ítem citado por mim, pois embora momentaneamente eu não tenha motivo algum para motivação, sinto-me ao menos alguns vinte e três de quatrocentos por cento esplêndida. Revigorei-me, resurgi dos destroços, das sombras, da escuridão que acompanhava-me e creio que daqui para frente tudo tornar-se-á um pouco mais vitalizante e consequentemente, mais fácil de ser encarado. Renasci, digamos assim.
Agora, e não tão complexo de ser comparado ao que fora dito anteriormente, irei proferir algumas palavras a respeito da podridão pela qual consenti conviver. Pessoas erradas, fúteis, incenssíveis, imaturas e mentirosas. Hoje pergunto-me: "como pûde ser tão ingênua a ponto de não reconhecer instantaneamente esse tipo de pessoa?", se em um passado não tão distante vi-me diante de uma situação razoavelmente parecida, senão mais complexa. Sabe? Quebrei a cara diversas vezes, e todas elas pelo mesmo motivo: oferecer muito a quem pouco deseja receber. E sendo desta forma, perante uma relação interpessoal deposito confiança antes de tudo, não cabendo a mim apenas querer que seja mútua a dedicação, pois assim, a exijo; e creio que eu não esteja tão além de determinar o que seja meu por direito.
Goblinwand.
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