É impossível manter as aparências, a calma, a serenidade, o controle em si quando a teu lado encontro-me. É impossível. Nos comemos com os olhares. Que desde sempre, muito decotados foram e ainda permanecem.
Fazemos amor a todo instante. Seja enquanto cozinhamos, nos falamos ao telefone, enquanto você estás a ressonar sobre meu peito, ou quando estamos a assistir a qualquer filme e distraídos nos encontramos - quase fragmentando, refrangendo os dedos um do outro. Isso quando nas travessuras das noites eternas, confundimos tanto as nossas pernas com uma intensidade, fervor e fervura tão imensos, que tantos tremores consequem deixar-me com cãibras. E até mesmo na madrugada, quando meu único pensamento é dirigido a você (que a uma distância relativamente considerável de mim encontra-se).
Totalmente intrincado, embaraçoso, confuso de se entender; é inexplicável a forma com a qual nos doamos um ao outro. Tamanha complacência e desejo de viver, vivenciar e apreciar-se com tudo, que por vezes chega a apavorar-me. Às vezes, no meio da noite, acordo assustada - e chamo por teu nome: "Túlio?". E por aproximadamente mais uns vinte e três segundos subseqüentes mantenho-me ativa e na expectativa de que responda-me: "Diga, mulher!", com aquele ar benigno, brando, plácido e em baixo tom - encontrando-se ao mesmo tempo com teu sotaque arrebatador e lascivo, mas você não o faz. E pelo caminhar da madrugada, procuro acalentar-me agarrando lentamente o limitado e acanhado corpo de minha cadela estirada à minha cama, e então consigo voltar ao sono.
Logo pela manhã, assim que o telefone toca, sei que és tu, és TU! E com a voz rouca e tenra ainda, digo: "Sim...?", e você, tão docilmente: "Bom dia, princesa!", desmonta-me. E é assim, nessa toada, nesses rumores e nesse suave tom que levamos nossa vida adiante; como uma sinfonia de blues. Exatamente como uma sinfonia de blues: numa baixa frequência porém com fins expressivos. Evitando notas de escala maior e fazendo sempre o uso de uma estrutura repetitiva.
Vei eu comentei e meu comentário sumiu? que bosta kkkkkkkkk
ResponderExcluirMas mãe que texto lindo.
Aném gente é amor demais! Vida de apaixonada é tão boa né hahahahah